sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Brasil 2014. Salvador com Plano de Relações Públicas inédito

Imagem com uma visão do futuro Arena Fonte Nova, em Salvador da Bahia

A cidade de Salvador, capital da Bahia, já conta com um Plano de Relações Públicas para a Copa do Mundo de futebol Brasil 2014. O documento, que foi apresentado à Prefeitura de Salvador nesta quinta-feira (27), por Eliezer Cruz, membro eleito para o Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (Conferp), reúne o trabalho coletivo de profissionais da cidade que pensaram em estratégias de relacionamento entre a administração municipal e os seus públicos, com vistas à realização do Mundial na capital baiana.
Segundo uma nota informativa da prefeitura, o plano resulta da interação entre mais de 200 profissionais de Relações Públicas de diversas instituições sociais (setor público, setor privado, terceiro setor e sociedade civil organizada), que, ao longo de oito reuniões realizadas em universidades, museus e empresas, construíram o que pode ser considerado um parâmetro para as ações municipais de Comunicação Social, considerando a diversidade dos seus públicos. 
"A construção desse plano consiste em uma experiência ímpar, em que se efetiva a inteligência coletiva dos profissionais de Relações Públicas de Salvador", declarou Eliezer Cruz. O documento faz parte das obrigações contratuais entre a cidade-sede e a FIFA, e contempla temas como o relacionamento com os públicos, questões prioritárias e estratégias a serem implementadas. A iniciativa é inédita no Brasil e foi bem vista por outras cidades-sedes, que deverão reproduzi-la. 

“Praça da Alegria” em Lisboa significa menos Norte e menos Portugal


Em Portugal, o fim do programa “Praça da Alegria” na RTP Porto, e sua transferência para Lisboa, é uma decisão estúpida e destituída de sentido, que acaba de ser tomada pelo presidente da RTP, o ex-gestor cervejeiro Alberto da Ponte.
Produzir um programa de televisão não é a mesma coisa que produzir cerveja. A produção de uma cerveja tanto pode ser feita numa fábrica de Lisboa, como numa fábrica do Porto, de Vila Nova de Famalicão, de Estremoz ou de Santarém. Independentemente da fábrica e dos trabalhadores, a bebida continua exatamente igual. Já um programa de televisão deixa de ser o mesmo programa se mudar a cidade onde é produzido e apresentado. Porque, ao contrário de uma cerveja, um programa televisivo é formado por pessoas de múltiplas origens, que transmitem culturas, crenças, interesses e valores que são muito diferentes. É da soma dessas diferenças que se faz uma região, um País, um povo.
O programa “Praça da Alegria” foi uma ideia da televisão pública para o Norte, no tempo em que a cidade do Porto era vista como a capital do trabalho – pois sediava muitas das maiores empresas da indústria, do comércio e dos serviços. E tinha, também, alguns dos maiores jornais do País, onde eram formados os melhores jornalistas portugueses. Foi para satisfazer os anseios e expectativas do Norte que a RTP lançou o programa “Praça da Alegria”, que se somava ao serviço de notícias “Jornal da Tarde” – que foi sempre uma visão do mundo com os olhos do Norte. Dessa emergência do Porto mediático resultava um País mais forte, mais coeso e mais desenvolvido. Os municípios e as instituições nortenhas que não tinham acesso à “televisão de Lisboa” tinham na RTP Porto um serviço público de TV descentralizado que era uma porta de entrada alternativa na casa de milhões de portugueses.
Nos últimos 18 anos, o programa “Praça da Alegria” deu seguimento a uma tradição com quase três décadas (28 anos) de programas da manhã feitos a partir da RTP Porto, depois de programas como "Bom Dia" ou "Às Dez", que ocupavam, grosso modo, o mesmo horário, antecedendo o "Jornal da Tarde", também emitido e coordenado a partir do Porto.
Ora, o Porto das grandes empresas e dos grandes jornais já não existe. “O Comércio do Porto” fechou, “O Primeiro de Janeiro” vegeta sem jornalistas e o “Público”, que já teve uma grande redação no Porto, também está confinado a Lisboa. Aliás, não há hoje na cidade do Porto um jornal diário que seja totalmente dirigido e produzido na cidade. O “Jornal de Notícias”, que é o único grande jornal da cidade, já não tem um departamento comercial autónomo e vai buscar a sua informação económica ao jornal digital “Dinheiro Vivo”, do mesmo grupo, que é de Lisboa. Ou seja, a informação económica do “JN” já não tem a visão do Norte, nem transmite o pulsar da economia real nortenha, mas sim, a visão do centralismo financeiro falido de Lisboa.
A RTP, sendo uma empresa pública, deveria refletir sobre isto. Esta visão deve escapar a Alberto da Ponte, que não tem uma ideia sobre Portugal que se conheça. E deveria ter, dado o lugar que ocupa. Mais do que nunca, o Porto e o Norte precisam de um serviço público de televisão forte e produtivo. Mas é precisamente nesta altura que a RTP resolve abandonar a região, encerrando também outras delegações.
Para a maioria daqueles que têm acesso ao espaço público mediático, a questão não interessa muito. Afinal, estão quase todos em Lisboa. E a mudança da “Praça da Alegria” para Lisboa acaba por ser mais um palco onde podem aparecer. Daí que as vozes contrárias estejam muito confinadas aos trabalhadores da RTP, em particular aqueles que vão perder o seu trabalho em Vila Nova de Gaia.
É pena que assim seja. Porque estamos perante uma decisão política da maior gravidade para a coesão e para o desenvolvimento de Portugal, numa fase tão difícil para todos os portugueses. Uma decisão que não assenta em justificações de ordem técnico-financeira e que representa um reforço do centralismo. Uma decisão que significa mais uma facada no povo do Norte, na sua cultura e suas instituições. Uma facada no património mundial do Porto, de Guimarães, do Douro Vinhateiro e de Vila Nova de Foz Côa. Porque, sem o programa “Praça da Alegria” e sem uma RTP Porto forte e ativa, Portugal será ainda um País mais pobre, mais pequeno, mais desconhecido e mais distante da sua capital e dos centros de decisão. Um País mais pobre porque um País sem voz e sem acesso aos grandes meios de comunicação. Daí que o apelo à revolta da região, lançado pelo eurodeputado do PSD Paulo Rangel, naturalmente apoucado pela elite lisboeta, faça todo o sentido (ver aqui).
Os operadores privados de televisão – que noutros tempos foram atrás da receita da RTP para a programação das manhãs de segunda a sexta-feira –, estarão, certamente, atentos a esta retirada da televisão pública portuguesa do Norte do País. Pode ser que agora descubram o filão nortenho. É um desafio. E uma oportunidade.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O azeite “Benfica” à venda no Brasil



Depois de anos de abandono da terra, promovido, aliás, por políticas governamentais erráticas, os portugueses estão a descobrir o óbvio: que a produção agrícola é essencial para a sustentabilidade ambiental, social e econômica do País. E muitos dos novos agricultores estão a descobrir outra coisa: que é possível ser agricultor e ganhar dinheiro.
O setor da produção de azeite é um exemplo. Há cerca de uma década, os espanhóis compraram herdades alentejanas que estavam abandonadas e converteram-nas em terras produtoras de azeite de grande qualidade. Em resultado disso, o pobre e despovoado distrito de Beja acolhe aquele que é considerado o maior lagar da Europa.
A oliveira ainda não foi promovida à condição de árvore de Portugal, mas seria justo que tal acontecesse. Porque o azeite é hoje um dos produtos portugueses mais apreciados no estrangeiro. E cada vez mais há produtores portugueses interessados em entrar no circuito da exportação, nomeadamente para o Brasil, onde, em cada supermercado, o azeite português dá cada vez mais nas vistas – embora com forte concorrência de Espanha, Itália ou Argentina.
Marcas como “Andorinha” ou “Vila Flor” oferecem um azeite de grande qualidade a um preço muito aceitável. Em Fortaleza, uma garrafa de 500 mililitros de azeite virgem extra dessas marcas pode custar em torno de 12 reais (cerca de 4,30 euros). Também há azeite português igualmente muito bom a custar o triplo.
O que nunca tinha visto era uma marca de azeite “Benfica”. Mesmo sendo sportinguista, há dias, resolvi arriscar, pois o azeite custava abaixo dos 9 reais, como preço de lançamento. E constatei que o azeite “Benfica” é muito melhor do que algumas versões do “Gallo”, cuja massificação comercial parece estar a degradar o produto, em particular no Brasil.
Mas o azeite “Benfica” que se vende no Brasil, identificado num rótulo sóbrio como “português”, não se trata de “merchandising” do Sport Lisboa e Benfica, ao contrário de um outro azeite “Benfica”, que se vende na loja do clube (ver aqui). Penso, inclusive, que o presidente do clube desportivo de Lisboa, Luís Filipe Vieira, que até tem investimentos imobiliários no Brasil, nem deve saber disso.
Ora, se Luís Filipe Vieira vier a saber da existência deste azeite pelo blog COMUNICAÇÃO INTEGRADA, não poderá queixar-se do uso da marca “Benfica”. Afinal, trata-se de uma marca que está a ser comercializada no Brasil e não em Portugal, sem a utilização do logótipo do clube português. Por outro lado, só no Estado do Ceará, para que conste, há um bairro chamado “Benfica”, em Fortaleza, que tem um shopping também chamado “Benfica”. E até existe um município chamado “Eusébio”, que é limítrofe à capital Fortaleza. Mas Eusébio, o símbolo internacional do Benfica, que nunca foi visto por aqui, também não deve saber disso.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Razões muito fortes para investir em comunicação



A comunicação é fundamental para fortalecer a imagem de uma marca ou organização. O segredo não é mais a alma do negócio. Na sociedade mediática em que vivemos, os meios de comunicação tradicionais e digitais têm um papel preponderante, exercendo forte influência no comportamento das pessoas e também nos processos de decisão de compra.
Num mundo global e competitivo, a comunicação de um produto ou serviço é um trabalho indispensável para definir a percepção pública junto dos “stakeholders” e do público-alvo. A gestão dos “stakeholders” é fundamental no processo de construção da vantagem competitiva da empresa. O relacionamento com os vários públicos, a aposta na sustentabilidade e o investimento na responsabilidade social são elementos que o mercado valoriza e que distinguem uma marca.
A comunicação é essencial para agregar valor a uma marca, mas tem de ser trabalhada em permanência para que haja um bom relacionamento contínuo com todos os públicos de interesse, com saliência para uma relação bidirecional com seus clientes. Para uma marca, a agregação de valor é traduzida em percepções positivas que geram reputação e potenciam a captação de clientes e a fidelização de outros, assim como a retransmissão de opiniões positivas sobre a marca.
Investir em comunicação de maneira coerente é um desafio e uma meta que impacta decisivamente no fortalecimento institucional de empresas e organizações. Porque quem não comunica não existe. Uma marca que apresenta produtos e serviços inovadores precisa convencer as pessoas e as instituições a consumir esses produtos e esses serviços, atuando de modo proativo na divulgação de suas idéias e propostas no mercado. 
Através da comunicação também podemos ampliar o alcance da missão da marca e sua articulação com os “stakeholders”. A comunicação ajuda na formação de parcerias, na convocação de vontades, na mobilização de pessoas em torno da marca e na valorização dos serviços prestados. Tudo isto significa mais valor para a marca e mais vantagem competitiva no mercado.
Os investimentos em comunicação também interferem na constituição de uma identidade e uma imagem pública da empresa, marca ou instituição. Visibilidade, credibilidade e legitimidade são requisitos para processos de influência, mobilização de recursos e atração de profissionais competentes e comprometidos. E para atração do público-alvo.
As estratégias de comunicação interna e externa fortalecem os laços de coesão e motivação interna, criando espaços e instrumentos de partilha e alinhamento das propostas institucionais; além de favorecerem a interação entre organização e sociedade, possibilitando que a primeira compreenda as demandas da segunda e dê retorno a esta sobre suas ações e impactos. É importante que a comunidade conheça os serviços prestados pela marca. Só assim a comunidade irá reconhecer a importância social da empresa – que é um elemento que também se transforma em vantagem competitiva.
Em qualquer negócio, de pequena ou grande dimensão, comunicar é decisivo. A comunicação é sempre um investimento. Com retorno garantido, a curto, a médio e, sobretudo, a longo prazo. Não adianta ter um bom produto ou um bom serviço se ele for totalmente desconhecido daqueles a quem se destina. 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

O Brasil é perigoso para jornalistas



Em 2012, o Brasil se transformou no quarto país mais perigoso do mundo para se trabalhar como jornalista. Em um ano, 11 profissionais da imprensa brasileira foram assassinados, um recorde no País. Segundo dados divulgados nesta terça-feira, dia 17, a situação do Brasil é pior que a do Afeganistão, Iraque ou Gaza. Somando os assassinatos nesses três países, o número de vítimas chega a 8. Apenas Síria, Somália e Paquistão vivem cenários mais dramáticos para os jornalistas que o Brasil (ver aqui).

domingo, 16 de dezembro de 2012

Banco brasileiro dispensa cartão para sacar dinheiro



Desde a última quinta-feira, dia 13 de dezembro de 2012, os clientes do Bradesco, um dos maiores bancos privados do Brasil, podem realizar operações de levantamento de dinheiro e consulta de saldos sem o uso de cartão de débito nos terminais de autoatendimento do banco. A transação é possível com o uso da identificação biométrica – leitura do padrão vascular da palma da mão. Cerca de 93% dos mais de 35 mil terminais de autoatendimento do Bradesco no Brasil estão equipados com o dispositivo (ver aqui).  
É mais um avanço tecnológico, que neste caso significa mais segurança para os cidadãos, pois trata-se de uma forma eficaz de combater os crimes de roubo e clonagem de cartões bancários.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Manuel Castells e a expansão do “não-capitalismo”



Em todo o mundo está crescendo uma legião de consumidores que não podem consumir, por uma razão básica e simples: não têm dinheiro, não têm crédito, não têm nada. O que será do sistema capitalista, que induz ao consumo pelo consumo, quando estes consumidores sem possibilidades de consumir por falta de recursos estiverem em maioria? O que será do marketing quando procurar novos produtos sem que haja clientes que tenham dinheiro para comprá-los?
Se não houver mudanças no sistema econômico global, tudo indica que o caminho será cada vez mais estreito. O que está acontecendo na Europa pode ser o começo de um futuro global imprevisível. Porque os recursos naturais são limitados, mas a população mundial continua aumentando e precisando de comer para viver. Contudo, a modernização tecnológica e a Internet continuam destruindo postos de trabalho, reduzindo o número de pessoas com recursos financeiros e poder aquisitivo. Daqui resultará, certamente, uma minoria com dinheiro para tudo – inclusive para megalômanas viagens aeroespaciais – e uma maioria de mendigos, sem dinheiro para tomar o café da manhã.
O sociólogo espanhol Manuel Castells fala deste problema e sobre a necessidade de um novo caminho. Numa entrevista à rádio BBC, ele admite que talvez estejamos prestes a ver o surgimento de um novo tipo de economia, numa mudança impulsionada justamente pelos consumidores que não têm dinheiro para consumir. O que pode desencadear uma revolução cultural à escala global.
“Se queremos trabalhar para ganhar dinheiro, para consumir, é porque acreditamos que comprando um carro novo ou uma nova televisão, ou um apartamento melhor, seremos mais felizes. Isso é uma forma de cultura. As pessoas estão revertendo essa noção. Pelo contrário: o que é importante em suas vidas não pode ser comprado, na maioria dos casos. Mas elas não têm mais escolha porque já foram capturadas pelo sistema”, afirma o sociólogo espanhol.
Para ele, é fundamental uma mudança cultural que seja capaz de abalar os dois maiores poderes do mundo – o sistema político e o financeiro –, através de uma completa descrença nas instituições políticas e financeiras. A solução passará por práticas econômicas sustentáveis e não motivadas pelo lucro, tais como a permuta de produtos e serviços, as moedas sociais, as cooperativas, as redes de agricultura e de ajuda mútua, com serviços gratuitos. Tudo isso já existe e está se expandindo em vários pontos do mundo. O que falta saber é se a classe política vai mostrar abertura para as mudanças que já acontecem na sociedade. Vamos esperar para ver (ver aqui).

LPR Comunicação com a Câmara Brasil Portugal em Fortaleza



A LPR Comunicação, marca de consultoria e gestão de comunicação que lancei em Fortaleza, aceitou um convite da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará para prestar os serviços de assessoria de comunicação, na vertente de produção de conteúdos informativos para o boletim de notícias digital, que é editado semanalmente pela instituição. Para quem está começando no mercado de comunicação em Fortaleza – que é a quinta maior cidade brasileira, com 2,5 milhões de habitantes e um crescimento econômico superior à média do Brasil –, é muito prestigiante ter um parceiro como a Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará, uma instituição de pessoas empreendedoras, que honram a economia do Ceará e do espaço lusófono.
A Câmara Brasil Portugal no Ceará – Comércio, Indústria e Turismo (CBP-CE), fundada em junho de 2001, é uma associação civil sem fins lucrativos com atuação no Estado do Ceará, em Portugal e demais países de língua portuguesa. Semanalmente, a instituição envia um boletim de informação econômica para um total de 12 mil contatos de correio digital do Brasil, de Portugal e de outros países de língua oficial portuguesa. A informação também é divulgada no “site” oficial da câmara de comércio, em www.brasilportugal.org.br, e nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, em www.facebook.com/cbpce.
O objetivo do canal de comunicação é divulgar informação econômica do interesse dos associados da Câmara de Comércio Brasil Portugal no Ceará, assim como do interesse de todos os agentes econômicos que atuam no Brasil e em todo o espaço lusófono.
A LPR Comunicação entrou no mercado no segundo semestre de 2012, atuando no setor da Consultoria e Gestão de Comunicação, produzindo soluções de comunicação, numa visão integrada, para empresas, marcas, organizações públicas e privadas. Entre os vários serviços e soluções, a LPR Comunicação destaca-se na assessoria de imprensa e relações com a mídia; na comunicação com comunidades; na produção de conteúdos e comunicação nas redes sociais; nas relações públicas; na comunicação municipal e governamental; na comunicação de marcas portuguesas no Brasil e de marcas brasileiras em Portugal; e na comunicação territorial de cidades e regiões.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Portugal considerado o melhor destino turístico em 2013



Portugal está na moda. O pequeno País mais ocidental da Europa é considerado o melhor destino turístico de 2013 (ver aqui). Não é uma grande surpresa, uma vez que Portugal é um país modernizado que tem história, paisagens belíssimas, monumentos, excelente gastronomia, boas praias, serras e um bom turismo rural. E, além de tudo, é um País barato.
Esta nomeação é uma boa notícia para a economia portuguesa, que, por esta altura, precisa de todos os incentivos para se levantar das cinzas. Mas as boas notícias só têm valor se forem devidamente aproveitadas. Neste caso, os organismos públicos de Portugal, em particular aqueles que se relacionam com o turismo e setores econômicos que se cruzem com o turismo – como o setor vinícola ou o setor do azeite, por exemplo –, sejam nacionais, regionais ou até municipais, teriam muito a ganhar aproveitando a escolha do portal internacional de viagens Globe Spots para promoverem devidamente o País nos mercados turísticos prioritários. Não me refiro a gastar dinheiro sem sentido na comunicação de mensagens mirabolantes. Pelo contrário, estou a falar em investir na comunicação de um território, com sentido estratégico, salientando tudo aquilo que há de bom e de melhor para oferecer a turistas e, inclusive, a possíveis investidores. De outro modo, as boas notícias são apenas isso. Boas e nada mais.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer (1907-2012). Sopro imortal corre o mundo



O Brasil perdeu um dos maiores ícones de todos os tempos. O arquiteto Oscar Niemeyer, que comunicou como poucos através do seu traço singular, dizia que a vida é um sopro. No caso dele foi um sopro que durou 104 anos, mas cujo legado é imortal. O desaparecimento de Niemeyer é hoje notícia em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, no Reino Unido, na França, nos países muçulmanos e na China, as agências de notícias, emissoras de televisão e jornais informaram sobre a morte lembrando sua trajetória e estilo.
As agências internacionais de notícias Reuter, BBC e Bloomberg também deram informações sobre a morte de Niemeyer, destacando as obras do arquiteto, a construção de Brasília e as características peculiares do seu estilo. Em praticamente todas as reportagens há fotos de Niemeyer e imagens de Brasília.
Nos Estados Unidos, os jornais “The New York Times” e “The Washington Post”, além de vários veículos regionais, publicaram em destaque a morte de Niemeyer. “The New York Times” chamou o arquiteto de precursor de uma nova geração que deu vazão à sensualidade e à liberdade de imaginação com fotos da Catedral de Brasília e uma aérea da cidade.
O jornal “Washington Post” classificou Niemeyer como o “mais famoso arquiteto da América Latina”. No Reino Unido, os jornais “The Guardian” e “Financial Times” publicaram a notícia da morte do arquiteto destacando detalhes da sua personalidade.
“The Financial Times” lembrou que Niemeyer era comunista e ressaltou sua síntese sobre a vida: “A vida é um suspiro, um minuto. Nós nascemos, nós morremos”. “The Guardian” publicou uma fotografia de Niemeyer jovem e destacou que ele foi o responsável por mudar o estilo da arquitetura do século 20.
Para “Le Monde”, um dos principais jornais da França, Niemeyer era o “arquiteto da sensualidade”. Na reportagem, há duas fotografias: uma do arquiteto olhando a paisagem do Rio de Janeiro pela janela e a outra do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidente da República, Dilma Rousseff. Segundo a matéria jornalística, Niemeyer revolucionou a arquitetura.
A Xinhua, agência estatal de notícias da China, publicou uma reportagem longa com várias informações sobre o arquiteto. Também ressaltou a nota de pesar da Presidente Dilma Rousseff. A emissora de televisão Al Jazeera, uma das principais do mundo árabe, definiu Niemeyer como o “arquiteto futurista” e lembrou seu legado com mais de 400 obras espalhadas pelo mundo. Obs. – Com informações da Agência Brasil.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Os perigosos monopólios da Comunicação, segundo Tim Wu


“Para ter sucesso como gostaria o Facebook, é preciso se tornar essencial. Há que se tornar parte da infraestrutura, a estrada, a linha de telefone. O Google fez isso bem, é quase impossível passar um dia sem usar o Google. Mas pode-se passar uma ou duas semanas sem acessar sua conta no Facebook. Voltemos aos tempos primordiais: quando se examina o rádio, a televisão, o telefone, eram todos parte necessária da vida. Durante boa parte do século 20, muita gente passou muito tempo diante da televisão. O Facebook não atingiu aquele ponto de virada, de se tornar essencial. O Facebook tem um conteúdo, seus amigos. Pensaram que era o conteúdo mais valioso. Há uma diferença entre necessidade e novidade. A novidade é divertida durante algum tempo. E não está claro se o Facebook passou de novidade a necessidade.”

“Eu falo da emergência dos monopólios da Internet: Google, Apple, Facebook, Amazon. (…) E a diferença, desta vez, é que há 50 anos havia poucas redes de televisão, mas, ao menos, cada país tinha suas redes dominantes diferentes. Agora, companhias como Google e Facebook dominam de maneira global. O Brasil não inventou seu Google bem-sucedido. A mídia é toda americana, a esta altura. O que estou tentando dizer é que a história está se repetindo bem mais rápido do que esperava. E a grande diferença é: em vez de cada país ter suas rádios e TVs, agora a mídia é predominantemente americana.”

“Acho que a sociedade precisa agora tomar cuidado com as companhias que se tornam tão grandes e enraizadas que passam a ter o controle que eu chamo de supermonopólio – controlam todos os mercados, têm apoio do Governo e não podem ser enfrentadas. Isso, historicamente, tende a acontecer com o mercado de mídia. E é algo que temos de evitar, pois leva a algum tipo de censura à expressão. As maiores ameaças à liberdade de expressão vêm de grandes conglomerados, que ocupam vários territórios. No Governo, não separamos os poderes? O mesmo deve ocorrer na comunicação de massa, não se deve ter a mesma empresa transmitindo, produzindo, comercializando a informação, pois leva ao conflito de interesse.”

“Quando há corporações-monopólio, é mais fácil para o Governo obter informação privada, só precisa recorrer a uma fonte. Grandes corporações têm mais intimidade com governos. Se o Governo americano quiser saber algo sobre você, pode ir logo falar com o Facebook, é simples. E se grandes corporações atuam em diferentes áreas, elas podem reunir muita informação sobre você, é o segundo risco à privacidade.”

“Dependendo do país, é necessário se preocupar com as companhias que transportam informação, os ISP’s [Internet Service Providers]. Elas são os maiores agentes de censura, especialmente quando controladas pelo Governo, como na China. O outro tipo de companhia a observar são as grandes como Google, Facebook e Apple. Não estou dizendo que são malignas, mas precisam ser monitoradas. O poder absoluto corrompe.”

“Estou preocupado com a perda do sentido de que o PC é propriedade de seu usuário. Se se considera o iPad e os tablets, eles são como TVs que você carrega consigo. Acho que sacrificamos algo quando aceitamos aparelhos que não têm função criativa. Os PCs podem ter seus problemas, mas servem a vários campos de criação. O problema com o modelo da Apple, a longo prazo, é que ele preserva a velha estrutura de poder de Hollywood. Em vez de assistir aos programas na televisão, agora se assiste pelo iPad. Acho que o iPad é a recriação do modelo da televisão. O truque é que nós, consumidores, gostamos disso. A Internet permitiu isto: uma nova era de ouro da televisão, nos Estados Unidos. Nos anos 60 e 70, as redes podiam exibir qualquer porcaria. A pressão da competição sobre as redes de TV produziu qualidade. Mas me preocupo, acho que podemos perder isso, porque a televisão agora precisa competir com o tempo que gastamos ‘on-line’, com o amadorismo do conteúdo do YouTube. Se a Apple tiver sucesso e todo mundo só assistir ao conteúdo exibido por ela, voltamos a Hollywood, com o conteúdo mais restrito.”

“[Os responsáveis do Google] não respeitam o princípio da separação, querem controlar tudo. Antes, eu imaginava que queriam facilitar o acesso, mas começaram a operar o próprio provedor de Internet de fibra ótica, em Kansas City. Entraram na telefonia e isso é mau sinal.”

Tim Wu, professor da Escola de Direito da Universidade de Columbia, analista de leis de copyright e autor do livro “Impérios da Comunicação”, em entrevista ao Estado de S. Paulo, 30-11-2012 (Ler aqui versão integral)

domingo, 2 de dezembro de 2012

Mourinho cala críticos do Real Madrid sem abrir a boca



"Entrarei no Bernabéu sozinho. Se quiserem assobiar-me, lá estarei.” Prometeu e cumpriu. Muito criticado durante a semana, o técnico do Real Madrid, o português José Mourinho, decidiu enfrentar a torcida do seu clube, anunciando previamente que iria subir sozinho no relvado do Estádio Santiago Barnabéu, para que pudessem assobiá-lo no seu local de trabalho. Aconteceu nesta sábado, antes do dérbi Real Madrid-Atlético de Madrid e resultou na imagem mais forte da noite: a maioria dos cerca de 3 mil adeptos do REal que estavam no estádio apoiou o treinador português. Uns tímidos assobios iniciais deram rapidamente lugar aos aplausos, e durante os 2 minutos que Mourinho permaneceu imóvel, à frente das centenas jornalistas, até teve direito a cânticos de apoio. Depois disso, o treinador virou costas e regressou aos balneários (ver vídeo aqui).
Considerado um dos melhores treinadores do mundo e da história do futebol, José Mourinho recorreu a uma ação de comunicação não verbal para demonstrar o seu poder e capacidade de liderança. E demonstrou que, muitas vezes, um líder não precisa de falar para revelar a sua liderança. No final, após a vitória do Real Madrid sobre o Atlético de Madrid, por 2-0, outro grande momento de comunicação, desta vez invisível: Mourinho não compareceu na sala de imprensa, tendo delegado no seu adjunto Aitor Karanka o atendimento dos jornalistas.
Nos dois momentos, Mourinho, mesmo sem abrir a boca, defendeu a sua equipa, defendeu as suas opções tácticas, calou os críticos e projetou a sua imagem de líder, de vencedor e de homem corajoso, que não se esconde atrás de ninguém. E a sua organização, o Real da Madrid, ganhou com isso.  
Embora mal classificado na atual Liga de Espanha, em terceiro lugar, a 11 pontos do Barcelona, que lidera a tabela, José Mourinho terminou o jogo com o Atlético de Madrid sob aplausos e com mais um feito para a história do Real Madrid, pois tornou-se no técnico do Real com mais triunfos consecutivos em dérbis frente ao rival Atlético (7) – tendo destronado José Ángel Berraondo, treinador do Real entre 1927 e 1929 que o tinha conseguido por seis ocasiões.