quarta-feira, 29 de maio de 2013

Livraria Cultura vive crise nas redes sociais


Um problema, por muito grave que seja, não passa de um problema enquanto é interno à organização. Mas quando atravessa as portas, quando chega à imprensa e ao espaço público midiático, de que toda a gente pode fazer parte através da Internet e das redes sociais, torna-se uma crise de efeitos incalculáveis.
No blog A Quinta Onda, Mauro Segura, especialista em comunicação e comportamento na era digital, escreve sobre um caso gerado nas redes sociais, que está acontecendo e afetando a imagem e reputação da Livraria Cultura, em Curitiba. Ele considera que o assunto “merece ser acompanhado pelos profissionais de comunicação, para aprendizado”.
Tudo começou numa funcionária descontente com as condições de trabalho, que resolveu escrever um e-mail ao presidente da Livraria Cultura, com conhecimento para todos os funcionários. Foi o suficiente para rebentar uma crise que vazou para o espaço público, com ex-funcionários da Livraria Cultura desabafando nas redes sociais. Confira nos links: http://migre.me/eMrxHhttp://migre.me/eMrAC.
Em minha opinião, à primeira vista, este caso representa um sério aviso para o setor de gestão de recursos humanos das empresas, que devem criar mecanismos de proximidade com seus funcionários, no sentido de facilitar a criação de canais de comunicação interna entre a base e a cúpula da organização – cuja distância é cada vez mais próxima, ou diluída, pois estamos na era da comunicação digital, que é horizontal por natureza. 

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Morreu Roberto Civita, o criador da "Veja"


A “Veja”, que é a revista semanal de informação geral em língua portuguesa mais lida do mundo, perdeu ontem o seu timoneiro, o empresário Roberto Civita, que estava internado desde março, tendo morrido neste domingo, aos 76 anos. Ele era filho de Victor Civita, fundador do Grupo Abril, e estava no comando da companhia há mais de duas décadas, período em que a empresa diversificou seus negócios, tornando-se um dos maiores conglomerados de comunicação da América Latina.
Roberto Civita era um homem de estratégia. Ele foi criador da revista “Veja” – a “newsmagazine” mais vendida no Brasil e a segunda mais vendida no mundo, atrás da “Time” – e diversificou negócios da editora Abril, a cujo conselho de administração presidia. "Ninguém é mais importante que o leitor, e ele merece saber o que está acontecendo", costumava lembrar Civita, segundo um texto publicado no site da “Veja”.
Roberto Civita nasceu em Milão, na Itália, em 1936. Estudou Física Nuclear em Rice, no Texas, formou-se em jornalismo na Universidade da Pensilvânia e em economia pela Wharton School, da mesma universidade. Fez ainda pós-graduação em sociologia pela Universidade de Columbia. Em 1939, a família foi morar nos Estados Unidos, onde permaneceu por dez anos. Em uma visita ao Brasil, o seu pai, Victor Civita, entusiasmou-se com a possibilidade de fazer negócios no país e chamou a mulher e os filhos para se mudarem para São Paulo. Confira mais informações: http://migre.me/eK2Zq.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Comunicação de Ciência e Tecnologia pela primeira vez no Brasil


São inúmeros os eventos que estão acontecendo no Brasil pela primeira vez. Em diversas áreas de atividade. A cidade de Salvador, na Bahia, por exemplo, sediará entre 5 e 8 de maio de 2014 a 13ª Conferência Internacional sobre Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (PCST, na sigla em inglês). É a primeira vez que o evento ocorrerá em um país da América Latina.
Organizada pela Rede Internacional PCST, pelo Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e pelo Museu da Vida, ligado à Casa de Oswaldo Cruz/Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a conferência PCST 2014 tem como tema central “Divulgação da Ciência para a inclusão social e o engajamento político”.
“Ter o Brasil como sede do congresso PCST será uma grande oportunidade para dar foco e dividir experiências, desafios e diversidade sobre o crescente tema comunicação e ciência na América Latina, motivando a participação de estudantes e pesquisadores que, de outra forma, não teriam a oportunidade de participar desse evento internacional”, destacam os organizadores do evento. Confira mais informações: http://migre.me/eDRNi.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Como surgiu a cor laranja na identidade do Itaú


Em comunicação a simplicidade e a objetividade são o caminho mais curto para o sucesso. Construções muito complexas, ainda que geniais, podem dar maus resultados. A introdução da cor laranja na imagem corporativa do Banco Itaú é um bom exemplo de como as grandes decisões de comunicação podem surgir do nada. Os responsáveis de comunicação do Itaú contam como tudo aconteceu. Confira no vídeo: http://youtu.be/g1xMSRqBx9o.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mino Carta, a sociedade brasileira e o jornalismo

 

“O que realmente mudou a minha visão do jornalismo foi a ditadura, com a chegada da censura. Isso corresponde à minha ida para a revista ‘Veja’, que foi submetida a uma censura feroz. Foi quando me dei conta da importância do jornalismo, me dei conta da serventia dele.”

“O jornalismo é de uma enorme utilidade. No Brasil, então, nem se fala. No Brasil ainda estão de pé as casas grandes e as senzalas, então, contribuir de alguma forma para a demolição delas, algo que não enxergo como uma coisa próxima, me parece ser uma tarefa brilhante, que a mídia brasileira não cumpre.”

“Primeiro, inventa-se. O caso do tomate é um exemplo clássico, já que foi uma invenção, uma coisa sem base alguma. O que é grave, pois o jornalista não tem que inventar. Pior ainda é quando você mente, ou, omite. Olha, eu fundei tudo que de mais importante aconteceu nesse Brasil em termos de imprensa nos últimos 40 anos, escrevo um livro e, em qual país do mundo um livro deste seria ignorado pela mídia? Não existe, só aqui! É o único lugar do mundo onde os jornalistas chamam o patrão de colega. Patrão é patrão, jornalista é jornalista. Quando fui trabalhar na Itália, com meus 22 anos, existia uma lei, que até hoje perdura, pela qual o dono não pode ser diretor de Redação.”

“A Carta Capital é uma tentativa literal de sobrevida, de sobrevivência. Digo-lhe mais: não tenho interferência alguma na administração da empresa, nenhuma. Faço o meu trabalho, dirijo a Redação. E, claro, ganho meu salário que, comparado ao dos rapazes que dirigem redações por ai, sequer falo do pessoal das televisões, chega a ser ridículo. Trata-se da única coisa que ganho, dividendos nunca vi.”

“Quanto à chamada classe média, que não é média coisa nenhuma, claro que há influência [da mídia] sobre ela. Quanto ao povo, não! O povo, apesar de tudo isso [em relação ao governo], se a eleição fosse hoje a Dilma [Rousseff] ganharia. Apesar do tomate, apesar dos juros, apesar de tudo, assim como o Lula ganha, e ganhou. Essa mídia não chega ao povo brasileiro, à senzala. A senzala, eventualmente, vê o Faustão, uma coisa do tipo, mas o “Jornal Nacional” não. Ela não lê o editorial do ‘Estadão’, não lê a revista ‘Veja’, diferente da classe A, B, que acredita naquilo, repete as mesmas frases. Além de tudo, a ofensa diária contra a língua portuguesa é inominável, as pessoas não sabem falar, orgulham-se de usar 100 palavras, os próprios jornais. É a regra dentro da ‘Folha de S. Paulo’, por exemplo: diga tudo com cem palavras. Esta é a situação!”

“Temos uma mídia que funciona de um lado só e que se destina, em última análise, a um público muito restrito. Pensemos na imprensa dos países mais democráticos, onde há jornal de direita, de esquerda, de meia-direita, de meia-esquerda, de todas as tendências possíveis representadas na mídia. Isso cria um debate natural. Aqui é tudo de um lado só. Moro num prédio em que sou olhado como um perigosíssimo subversivo!”

“Se a ‘The Economist’ escolheu a ‘CartaCapital’ para ser sua parceira no Brasil, escolheu, não em nome de uma identidade, de uma afinidade ideológica, porque temos posições diferentes. A escolha foi em função da seriedade e da qualidade. Eles acham a imprensa brasileira uma tragédia e têm razão. Eles nos escolheram, mesmo que eu não tenha as mesmas posições da ‘The Economist’, nem a ‘Carta Capital’ tenha essas posições. A ‘Economist’, por exemplo, pede a demissão de [Guido] Mantega porque mexe com os interesses deles, de quem cujas causas advoga. Se a ‘The Economist’ fosse brasileira estaria perdida, coitada, porque na Inglaterra distribui 200 mil exemplares, menos do que distribui no Brasil a revista ‘Isto É’. Muito menos do que distribui a ‘Época’ e infinitamente menos do que a ‘Veja’. Os publicitários brasileiros aplicam febrilmente, e safadamente, critérios que chamam de técnicos. Nós temos uma revista que tira 70 mil exemplares por edição e, acho, se conseguirmos aplicar um pouco em autopromoção, poderemos sim multiplicar essa tiragem. Mas, qual é o limite extremo? Dobrar a tiragem? Seria sucesso total porque praticamos um vernáculo decente, porque não é fácil ler a ‘Carta Capital’. É uma revista séria, embora às vezes se permita lances de ironia. Razão pela qual será lida sempre por um público reduzido, como na Inglaterra, que é um país onde os índices de leitura são superiores aos nossos e você vê que a ‘The Economist’ distribui 200 mil exemplares.”

“Havia um contrato com os Civita, na minha época, no qual constava que eles definiam o tipo de revista [‘Veja’] que queriam, mas depois seriam leitores da revista. A discussão seria sempre ‘a posteriori’, nunca ‘a priori’, ou seja, não poderiam influenciar a pauta e coisa e tal. O Victor Civita cumpriu essa cláusula durante todo o tempo, ele tinha sua falta de escrúpulo, eventualmente, mas, ao mesmo tempo, era um fazedor, era um homem de realizações, um empresário dedicado. Quanto aos filhos, um era bastante claro em relação às suas pretensões, mas não se metia, enquanto o outro, o Roberto, era metidíssimo e calhorda.”

“A ‘Isto É’ tenta sobreviver, mas a editora Três está carregada de dívidas, uma coisa monstruosa. (…) A ‘Isto É’ tem uma posição ambígua, digamos, não é o delírio da ‘Veja’, não é a mesma coisa. Mais próxima da ‘Veja’ tem a ‘Época’, como postura ideológica.”

“[O processo de imbecilização] é um fenômeno mundial, acho, embora [no Brasil] seja mais acentuado porque a senzala continua de pé e os moradores da senzala apresentam uma certa diferença, em termos culturais. Nosso povo é especialmente ignorante. Não existem povos melhores ou piores e, lhe digo mais, a tragédia é que o Brasil poderia ser o paraíso terrestre. Acho, sinceramente, porque não existe no mundo um País tão favorecido pela natureza. A nossa elite é culpada, sim, muito culpada, pelo atraso que começa nesse ponto, exatamente, na permanência da Casa Grande e da Senzala, que é a herança de três séculos e meio de escravidão. Uma herança terrível, visível, tangível, você toca nisso diariamente. É doloroso porque o Brasil poderia ser o paraíso terrestre. As nossas circunstâncias históricas sempre foram ruins por causa de uma elite calhorda, prepotente, feroz, vulgar, ignorante, primária. É isso.”

Mino Carta, jornalista italo-brasileiro, em entrevista ao jornal “O Povo”, 13-05-2013 (ver texto integral aqui:  http://migre.me/ex2mZ). Mino Carta, de 79 anos, vive no Brasil desde 1946 e esteve na função e na direção de grandes meios de comunicação do país, tais como as revistas “Veja”, “Jornal da Tarde” e “Isto É”. Também fundou a revista “Carta Capital”, de que ainda é diretor de redação. É autor do livro “O Brasil”, em fase de lançamento.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Avianca esconde informação após pouso de emergência



O avião do voo 6371 da companhia Avianca – dos colombianos que estiveram perto de comprar a portuguesa TAP – apresentou problemas logo após levantar voo no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, às 7h05 desta quinta-feira, e fez pouso de emergência, seis minutos depois. O avião levava 83 passageiros e dirigia-se para São Paulo.
De acordo com o Blog do Eliomar, do jornalista Eliomar de Lima, do jornal “O Povo”, de Fortaleza, houve gente que não ganhou para o susto. “Deu pra gente ver fumaça numa das turbinas”, contou o empresário da área de shows Herbert Santos, que estava na aeronave ao lado da cantora Solange, da banda “Aviões do Forró”. “Foi um susto grande. Vimos fumaça na turbina e dentro da aeronave”, disse Herbert Santos, que era um dos 83 passageiros.
De acordo com a edição digital do jornal “Diário do Nordeste”, também de Fortaleza, ao ser procurada pela reportagem, a Avianca limitou-se a dizer que não poderia passar informações e que “não tinha tempo para isso”.
No tempo da informação instantânea, em que todas as pessoas podem ter acesso à informação por múltiplos meios e em qualquer lugar, e acreditando no relato do “Diário do Nordeste”, a Avianca demonstrou neste episódio um exemplo muito mau de comunicação, impróprio de uma companhia aérea. Demonstrou que não sabe atuar em situações de crise. E  demonstrou que não está preocupada com o bem-estar de seus clientes e seus familiares, amigos e conhecidos. Lamentável, numa companhia que quer dominar o negócio da aviação comercial entre a América Latina e outras regiões do planeta, nomeadamente a Europa.