segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Mário Soares, Eusébio e a hipocrisia


Mário Soares e Eusébio são duas figuras públicas incontornáveis do século XX português. Soares na política e Eusébio no futebol. Com quase 90 anos, Mário Soares, antigo Presidente da República, está na idade de dizer tudo o que pensa. É por isso que ele tem sido uma voz contra a corrente, contra o politicamente correto. Tem sido assim ao analisar a crise económica europeia e foi assim, agora, ao falar sobre a morte de Eusébio – figura do futebol de dimensão internacional que, exercendo o seu direito como cidadão, nunca participou nos grupos de apoiantes políticos de Soares, tendo preferido andar mais à direita, nomeadamente no apoio a Cavaco Silva.
Porém, não consigo perceber por que é que as declarações de Mário Soares sobre Eusébio são consideradas polémicas e geraram tanta polémica nas redes sociais. Não é verdade que Eusébio bebia e comia sem grandes cuidados? Não é verdade que Eusébio não era um intelectual? Onde é que está o problema ou a gravidade nas declarações de Soares? Onde está o pluralismo e o direito à liberdade de expressão? É preciso medir cada palavra para não cairmos em desgraça neste espaço público mediático global, que integra meios de comunicação tradicionais e meios digitais, onde todos os cidadãos podem participar ativamente? Que ditadura é esta, onde a sinceridade não fica bem? Que ditadura é esta, onde só fica bem o que é agradável ou positivo? E que sociedade é esta que só aceita bem a hipocrisia? Confira o que disse Mário Soares: http://bit.ly/19L3MW9.

8 comentários:

Nelson disse...

Não me parece que a causa do brado seja a “verdade” ou a “sinceridade” inscrita no discurso de Soares, mas antes a suprema falta de chá, o péssimo sentido de oportunidade e o chauvinismo da declaração. Já agora, se me permite, não me parece que Soares tenha uma opinião contra-corrente. Soares tem a opinião mais populista e demagógica que se pode ter numa altura de grande sacrifício social (não para ele, certamente, muito menos para a respectiva família), sem o menor sentido de Estado que se exige a um ex-PR.

Anônimo disse...

Seguia este blog à vários anos.
Hoje deixei-o de o seguir, porque ao não perceberes o erro da declaração de Mário Soares, pouco ou nada tenho para aprender aqui em termos de comunicação.

Abraço e felicidades.

Joana Silva

Anônimo disse...

Este é o pais onde o Dr. Mario Soares tem direito a dizer aquilo que quer. Este é o pais onde todos têm direito a dizer o que querem, desde que seja aquilo que uma maioria que se acha dona da liberdade e da verdade, entende como certo. Os que têm direito a dizer o que querem, são os democratas.
Os que não têm direito dizer o que pensam, são normalmente apelidados de Fascistas. Ironia do destino.

Claro que o Dr. Mario Soares tem direito a dizer o que quer. E os outros têm o direito a criticar. Isso não é hipocrisia. É democracia...

A mim o que me choca não é o propriamente o teor das afirmações. Mas são tão descabidas como dizer de Mario Soares que não passa de um mau jogador de futebol, que bebia café todas as manhãs. É descabido e redutor.

Nesta ocasião, não é a cultura que está a ser avaliada. Nem tão pouco as bebidas que Eusébio ingeria. Isso é com ele até porque esse facto nunca prejudicou ninguém. Já não podemos dizer o mesmo dos atos e atitudes do Dr. Mario Soares.

O que choca é que o Dr. Mario Soares, numa ocasião destas, sinta a profunda necessidade de destacar aquilo que são pormenores irrelevantes, não valorizando o que é reconhecido mundialmente.

Mas este é mais um exemplo do patriotismo a que Mario Soares nos habituou.

A crítica diz muito pouco de quem é criticado, mas diz muito de quem critica. Esta crítica diz muito da personalidade de Mario Soares e do seu enorme ego. Ele tem todo o direito a fazê-la. E os restantes têm todo o direito a tirar as ilações dela.

Faço minhas as palavras de Juan Carlos II: "Por qué non te callas".

Mario Soares tem direito à sua opinião. Os que não se revêm minimamente, quer nas suas declarações, quer na sua postura como homem, têm direito às deles...

Peliteiro disse...

A verdade é que um homem civilizado - usando uma terminologia queirosiana - não lode dizer tudo o que pensa, apesar dos 90 anos. Soares foi grosseiro, mal-criado, bronco, enfim atávico, porque usou de uma agressividade gratuita que não beneficiou ninguém.
Para explicar de uma forma mais simples e evidente, se alguém me dissesse isso do meu pai no dia do seu funeral, ainda que sendo verdade, levava nas trombas. Acredito que o meu caro faria o mesmo...

Anônimo disse...

Você não percebe ou não quer perceber. Nunca ouviu dizer que quando não se tem nada de útil a dizer deve-se estar calado. Declarações do Mário Soares foi assim há dois dias e o seu "blog" não anda muito longe. Pagava para ver alguem no dia que morrer o seu pai, ou um familiar querido a dizer que ele era bêbedo. Queria ver sua reacção????? mesmo que fosse verdade. No mínimo deveria existir respeito a família do falecimento e é isso que o Mário "Senil" Soares não teve. Hierocracia é o seu artigo.

Anônimo disse...

Eusébio podia ser um homem simples, sem grande cultura, mas levou alto o nome de Portugal.
O sr. Mário Soares (que se acha um ser superior) faz parte daquela classe a quem pagamos para "pensar", mas só nos dão cabo da vida.
EUSÉBIO serviu-nos, os políticos servem-se.

Anônimo disse...

Pedirem a Mário Soares um comentário sobre o Eusébio e a excelência do seu futebol, foi demais. Soares nunca ligou à questão do futebol (nada percebe dessa área) e parece-me que as duas referências tão criticadas, foram apenas questões colaterais que não podem fazer esquecer as referências elogiosas feitas a Eusébio. Há é, em muitas criticas a Soares, um certo ressabiamento, por outras questões que não veem ao caso. Sejamos sérios...

Jose Pedro disse...

Foi o Soares que te pagou de certeza para escreveres isto. Numa tentativa de limpar o quê?