O livro “Rádio e Pânico 2 – A Guerra dos
Mundos, 75 Anos Depois”, que é apresentado nesta quinta-feira, 24 de outubro, em
Florianópolis, capital de Santa Catarina, é uma obra do jornalista e
investigador brasileiro Eduardo Meditsch, que marca o aniversário de 75 anos de
uma das maiores mentiras transmitidas no mundo através da rádio. Segundo
Eduardo Meditsch, que é professor e investigador na Universidade Federal de
Santa Catarina, a rádio ainda tem o seu papel e um poder que não foi alcançado
por outros meios de comunicação.
Mas recordemos o acontecimento simulado que confirmaria o grande
impacto de uma emissão radiofónica em directo junto do público ouvinte. A noite de 30 de Outubro de 1938 estava
normal até que a rede de rádio CBS (Columbia Broadcasting System) interrompeu a
sua programação musical para noticiar uma suposta invasão de marcianos, o que
desencadeou uma onda de pânico na costa Leste dos Estados Unidos da América. A
“notícia”, apresentada “em edição especial”, era, na verdade, o começo de uma
peça de teatro radiofónico, que não só ajudou a CBS a bater a emissora
concorrente NBC (National Broadcasting Company), como também desencadeou medo
popular em várias cidades norte-americanas.
Dramatizando o livro de ficção científica
“A Guerra dos Mundos”, do escritor britânico Herbert George Wells (1866-1946),
o programa relatou a chegada, ao Estado de New Jersey, de algumas centenas de
marcianos a bordo de naves extraterrestres. As reportagens no exterior, as
entrevistas com testemunhas que estariam a viver o acontecimento, as opiniões
de peritos e das autoridades, os efeitos sonoros, os gritos e a emoção dos
supostos repórteres e comentadores tornaram tudo muito real aos ouvidos de um
auditório, espalhando uma inusitada onda de terror entre a população. Os
méritos da genial adaptação, produção e direcção da peça eram de Orson Welles
(1915-1985), então um jovem actor e diretor de cinema norte-americano,
praticamente desconhecido.
"A Invasão dos Marcianos" durou
apenas uma hora, mas foi o tempo suficiente para que o programa marcasse em
definitivo a história da rádio até aos dias de hoje. De fácil difusão, a rádio
confirmava-se como um meio de comunicação de massas eficaz e altamente
poderoso. De tal modo que o jornal “Daily News”, no dia seguinte à emissão do
programa sobre a alegada invasão dos marcianos, resumiu na manchete a reação ao
programa: “Guerra falsa no rádio espalha terror pelos Estados Unidos.” E
o autor do programa recebia um elogio irônico do presidente dos Estados Unidos,
Franklin Roosevelt (1882-1945): “Você e eu, Orson, somos os dois melhores
atores da América.”
Ficou evidente aos ouvidos de todo o mundo
que a influência da rádio enquanto meio de comunicação era tão forte que
poderia causar reações imprevisíveis no auditório. A invasão dos marcianos, que
tornou Orson Welles mundialmente famoso, é, para muitos cientistas de
comunicação, “o programa que mais marcou a história dos meios de
comunicação no século XX”.
O livro “Rádio e Pânico 2 – A Guerra dos
Mundos, 75 Anos Depois”, organizado por Eduardo Meditsch e com chancela da
Editora Insular, tem 264 páginas e custará R$ 48 (cerca de 16
euros). Confira: http://bit.ly/Hd3YQJ.
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