segunda-feira, 3 de junho de 2013

A comunicação “desastrosa” das Finanças de Portugal


Um estudo desenvolvido por uma empresa tecnológica portuguesa, divulgado neste domingo, 2 de junho de 2013, considera que o interface do portal do Ministério das Finanças na Internet para a entrega do Imposto de Rendimentos Singulares (IRS) é “desastroso” para os utilizadores, apresentando “linguagem altamente técnica e indecifrável para o cidadão comum" ou “falta de informação e informação desenquadrada”.
Na opinião de José Campos, investigador na Universidade de Coimbra, "a plataforma não cumpre o objetivo para a qual foi criada – a de facilitar a vida aos cidadãos". Mais: "Não está orientada para as pessoas. Em vez disso, reflete a lógica complexa das Finanças. Não é de estranhar que muitas pessoas paguem a contabilistas ou peçam a amigos para fazerem a declaração por eles.” Confira aqui: http://migre.me/eQyLo.
A propósito desta notícia, lembro que, em 18 de Abril de 2012, quando o ministro das Finanças de Portugal, o tecnocrata ultraliberal Vítor Gaspar, era endeusado ou encarado com aceitação e curiosidade, escrevi no blogue COMUNICAÇÃO INTEGRADA precisamente sobre a “péssima comunicação do Ministério das Finanças com os portugueses. Assim:

Quando penso numa instituição que seja péssima a comunicar com os cidadãos lembro-me imediatamente do Ministério das Finanças de Portugal – uma instituição que não está formatada para comunicar com cidadãos crescidos e responsáveis e que trata os contribuintes como potenciais incumpridores das suas obrigações fiscais. Mesmo sendo liderado por um homem formado nos gabinetes da União Europeia, como é o caso de Vítor Gaspar, o Ministério das Finanças é aquela organização que só contata com os cidadãos para lhes sacar dinheiro, usando uma linguagem codificada que poucos entendem e escondendo a informação essencial em letras pequeninas com remissões para leis que poucos conhecem. No fundo, os cidadãos são tratados como crianças malcomportadas que têm de cumprir ordens de pagamento e ponto final. (…) 
Em resumo, o Ministério das Finanças não é de Portugal, nem dos portugueses. (…) Quanto à comunicação digital, o Ministério das Finanças também só permite uma comunicação unidirecional, inundando o contribuinte alegadamente faltoso com mensagens ameaçadoras. (…) O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, deveria saber que um Governo também começa a cair assim. Pela quebra de confiança. E o Ministério das Finanças, na sua relação com os portugueses, não promove a confiança.” (Texto na íntegra aqui: http://migre.me/eQyJK)

Nenhum comentário: