quarta-feira, 6 de julho de 2011

Maria José Nogueira Pinto (1952-2011)


A deputada Maria José Nogueira Pinto, eleita pelo PSD, faleceu nesta quarta-feira, aos 59 anos, na sua casa de Lisboa, vítima de cancro no pâncreas. Na sua vida política, Maria José Nogueira Pinto, conhecida como uma mulher às direitas, balançou entre o PSD e o CDS, mas não se deu bem com Pedro Santana Lopes, num Governo de Cavaco Silva, nem com Paulo Portas, no CDS/PP. Mais recentemente, notabilizou-se por chamar "palhaço" a um deputado socialista, em plena comissão parlamentar.
Licenciada em Direito pela Universidade de Lisboa, Zezinha Nogueira Pinto (como era tratada pela família, pelos amigos e por "O Independente" no tempo de Paulo Portas) participou no terceiro Governo de Cavaco Silva (1991-1995), como subsecretária de Estado da Cultura, tendo-se incompatibilizado com o secretário de Estado do sector, Pedro Santana Lopes, por causa da "pala" do Estádio José Alvalade. Em Agosto de 1992, um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) referia que a pala da cobertura do antigo Estádio do Sporting, entretanto demolido, estava em risco de ruir. O clube leonino solicitou um parecer ao engenheiro Edgar Cardoso, que, já idoso, foi a Alvalade dar pinotes em cima da pala para demonstrar que estava segura.

Depois de Nogueira Pinto ter interditado o Estádio de Alvalade para servir de palco a concertos musicais, por insegurança da “pala”, Santana Lopes entrou em acordo com o clube. O Sporting comprometeu-se a fazer obras e os espectáculos foram autorizados. Porém, Maria José Nogueira Pinto sentiu-se desautorizada e demitiu-se. Mais tarde, Santana também acabaria por abandonar o Governo, em ruptura com Cavaco Silva, tornando-se presidente do Sporting, em 1995.
Nesse ano, Maria José Nogueira Pinto foi eleita deputada pelo CDS/PP, tornando-se líder parlamentar e militante pouco depois. Em 1998, no Congresso de Braga, disputou a sucessão de Manuel Monteiro com Paulo Portas, que acabou por ser eleito líder. Maria José Nogueira Pinto também foi provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, directora da Maternidade Alfredo da Costa, vice-presidente do Instituto Português de Cinema, consultora da Fundação Calouste Gulbenkian e administradora da Fundação para a Saúde.
Em 2005, candidatou-se pelo CDS à presidência da Câmara de Lisboa, tendo sido eleita vereadora. Abandonou o partido em Março de 2007 depois de uma polémica reunião do Conselho Nacional, órgão que dirigia, e que teve como pano de fundo o regresso de Paulo Portas à liderança para suceder a Ribeiro e Castro. De resto, desde o congresso de Braga que Portas era o seu ódio político de estimação no interior do partido.
Em 2009, foi convidada por Manuela Ferreira Leite a integrar a candidatura do PSD, tendo sido eleita deputada. Nas últimas legislativas, apoiou Pedro Passos Coelho e foi reeleita deputada. Já debilitada, esteve presente nas duas primeiras sessões plenárias, referentes à eleição da presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, não tendo já comparecido à discussão do programa do Governo, na semana finda. Durante a doença, Maria José Nogueira Pinto manteve os seus comentários habituais na “SIC Notícias” e continuou a escrever opinião no “Diário de Notícias”.
Nascida em Lisboa, a 23 de Março de 1952, Maria José Pinto da Cunha de Avillez Nogueira Pinto era irmã da jornalista Maria João Avillez e da especialista em moda e imagem Maria Assunção Avillez. Era casada, desde 1972, com o jurista Jaime Nogueira Pinto, que conheceu na Faculdade de Direito, e mãe de três filhos, um rapaz e duas raparigas. [FOTO: “Sábado Online”]

Um comentário:

Sofia Sá disse...

Lamento o falecimento desta Grande Senhora, sentidos pêsames à família.

Nasce uma estrela no céu!