quinta-feira, 21 de março de 2013

Azeite “Andorinha” reforça comunicação no Brasil



O azeite “Andorinha” aposta no “merchandising” na televisão e em estratégias de patrocínio e anúncios para atrair os consumidores brasileiros em 2013. A marca portuguesa fechou uma parceria com a revista “Caras” do Brasil e vai aparecer em uma novela. Vai também continuar em destaque no programa “Mais Você”, de Ana Maria Braga, nas manhãs da Rede Globo. Estas ações fazem parte das ações de comunicação previstas para este ano, de acordo com o plano de marketing do azeite “Andorinha” – que é um dos melhores azeites portugueses à venda no mercado brasileiro.
A marca vai patrocinar a “Caras Silver Collection”, uma série de utensílios de cozinha que os leitores recebem juntamente com a revista. Outra novidade é a presença do azeite português na novela “Flor do Caribe”, além do terceiro ano consecutivo com presença no programa matinal da apresentadora Ana Maria Braga.
Os novos investimentos refletem a nova abordagem da Sovena, dona do azeite “Andorinha”, no Brasil, onde a verba destinada ao marketing em 2013 é 30% maior em relação ao ano passado. A empresa prevê um crescimento de 23% neste ano.
A marca de azeite português tem 86 anos de história, no mercado brasileiro e nas comunidades portuguesas. Recentemente a marca foi lançada em Portugal e relançada em outros países. No Brasil,  o relançamento do azeite Andorinha foi sustentado em uma campanha de comunicação inovadora, conjugando imprensa, televisão e redes sociais, que fez evidenciar a cultura de convergência midiática em que vivemos.
No princípio de 2011, num trabalho da Agência NBS, do Rio de Janeiro,  foi criada uma personagem, a Andorinha Dorinha, que teve aparições no programa “Mais Você”, de Ana Maria Braga, tornando-se namorada do papagaio Louro José (ver aqui e aqui). Os diálogos giravam em torno do namoro entre o papagaio e a andorinha, mas tendo o azeite como denominador comum, nomeadamente a sua utilização na cozinha brasileira (ver vídeo aqui). E a campanha incluiu, inclusive, gravações em Portugal, dando à campanha uma força comunicacional que de outra forma não seria possível (ver vídeo aqui). 
Quando estava ausente, a Dorinha “viajava” pelo sul da Europa, na região mediterrânica – onde o azeite é produzido e consumido – e fazia relatos das suas experiências de viagem para um blog e para as suas páginas no Facebook (ver aqui) e no Twitter. Ao contrário da página no Facebook, muito bem sucedida, o blog e a conta no Twitter não tiveram tanto sucesso e as contas foram encerradas. Seguiram-se outras ações de comunicação (ver aqui).
Ainda no âmbito da produção de conteúdos, foi editado o livro “Viagem de Sabores”, um diário de bordo com experiências de gastronomia pela Europa. Depois, a Andorinha Dorinha lançou um desafio ao público: incorporando o conceito de inovação da marca, ela convocou seus amigos, por meio de postagens carinhosas no Facebook, a enviarem receitas tipicamente brasileiras para que escrever um livro de pratos típicos do Brasil, produzido somente com receitas enviadas por meio de um aplicativo dentro da rede social.
Hoje, a Andorinha Dorinha tem mais de 156 mil seguidores no Facebook, onde é notório um grande envolvimento entre a marca e os seguidores, presumindo-se que sejam de um público maioritariamente feminino, uma vez que a Andorinha Dorinha comunica com as suas “amigas”. “Mais do que uma propaganda, criámos uma plataforma de comunicação com conteúdo”, explica Luís Santos, diretor de Marketing do Grupo Sovena, em linha com as novas tendências do marketing e da comunicação.
Com efeito, o marketing contemporâneo, perante mercados cada vez mais voláteis e cada vez mais globais, procura mecanismos que envolvam o mais possível os consumidores nos processos de comunicação. Neste novo ambiente, os meios de comunicação tradicionais cruzam-se com os novos meios digitais e todos convergem na Internet.
Como a concorrência é cada vez mais forte, o marketing busca fórmulas inovadoras e criativas que valorizam o papel do consumidor. E o consumidor, cada vez mais informado e exigente, é convocado a participar no processo de criação de produtos e serviços numa interação direta e duradoura.
A audiência não se vê mais no papel de simples espectadora de eventos sobre os quais não possui qualquer controlo. O marketing contemporâneo cria experiências de envolvimento, de participação e de interação para conquistar e manter os clientes. É o que o azeite “Andorinha” está a fazer no Brasil, num mercado que só agora está a despertar para o consumo do azeite – produto que, aliás, por decisão do Governo de Dilma Roussef, acaba de passar a integrar a cesta básica dos brasileiros.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Os políticos e as redes sociais



O consultor de comunicação Rui Calafate, autor do blog It’s PR Stupid, viu o Presidente da República de Portugal, Cavaco Silva, a tirar fotos ao Papa Francisco I, na Praça de S. Pedro, em Roma, e deduziu que o representante do Estado português iria partilhar essas imagens na sua página no Facebook. Afinal, não raras vezes, Cavaco Silva – que na imagem cumprimenta o novo Papa – recorre ao Facebook para, supostamente, comunicar com os portugueses (ver aqui). 
Porém, as fotografias que Cavaco fez em Roma não foram partilhadas na rede. O Presidente entenderá que o Facebook não é lugar para esses detalhes humanos. Deste modo, conclui Calafate, o Presidente português, não obstante a sua visível aposta na sociedade digital e nas tecnologias de informação, é um dos políticos que “não sabem comunicar nas redes sociais”, entregando essa tarefa a assessores quando acha que tem algo de importante para dizer aos seguidores, evitando o filtro da mídia tradicional. E, acrescento eu, evitando humanizar-se aos olhos dos internautas.
No fundo, Cavaco Silva é um dos políticos que desconhecem algo essencial na comunicação: fora da Internet, os políticos comunicam para as pessoas, de cima para baixo; na Internet, para serem bem sucedidos, os políticos comunicam com as pessoas, num plano horizontal, de igual para igual, de forma humanizada. Entre “comunicar para” e “comunicar com” há uma grande diferença.
As pessoas que estão no Facebook ou em outra rede são seres humanos e querem ser tratadas como tal. E só levam a sério quem emite mensagens e participa nas conversas e nos debates. Quem dispara as suas frases só quando precisa de ser ouvido é como aquele nosso amigo com um ego do tamanho do mundo que só pensa nele mesmo e ignora os nossos problemas. É assim na comunicação política e é assim na comunicação de empresas e organizações. É por isso que, na Internet, uns sabem comunicar e têm sucesso. Outros não e têm problemas. FOTO: Presidência da República de Portugal

quinta-feira, 14 de março de 2013

A mensagem e o contexto do receptor



Podemos contar a história mais bonita, produzir o anúncio publicitário mais sofisticado, escrever a notícia mais fabulosa ou pronunciar a frase mais certeira. A verdade é que, para sermos bem entendidos, dependemos do contexto de quem recebe a nossa mensagem. 
Pessoas diferentes em contextos diferentes interpretam a mesma mensagem de forma diferente. Ou seja, entre o efeito de uma mensagem e a resposta a essa mensagem há filtros condicionantes que não dependem de nós: as características pessoais de quem recebe a mensagem e o seu contexto cultural, econômico, social, etc..
Por isso, a resposta a uma mensagem é sempre diferente. No fundo, cada pessoa percepciona uma mensagem de forma distinta. Donde, a comunicação é tanto mais eficaz quanto mais for dirigida e personalizada. O que implica conhecer previamente o destinatário.

sexta-feira, 1 de março de 2013

O espaço digital como balcão de atendimento



A Internet provocou uma revolução jamais vista em qualquer outro meio de comunicação entre seres humanos. Foi uma revolução tão grande que alterou completamente o perfil, o comportamento e os hábitos de consumo da sociedade contemporânea. Os consumidores deixaram de ser agentes passivos e tornaram-se mais informados e mais exigentes, querendo participar, opinar, interagir e colaborar com as marcas. Também passaram a poder criticar as marcas, de igual para igual e à vista de toda a gente. A Internet está, por isso, na base de profundas alterações verificadas na relação empresa-consumidor.
Antes da Internet 2.0, as organizações tinham o controle da comunicação e do relacionamento com a sociedade. A comunicação era unidirecional, de cima para baixo. O acesso aos meios de comunicação era restrito e os consumidores eram meros agentes passivos. Foi o caráter colaborativo e interativo da Internet 2.0 que ofereceu condições para o consumidor expressar livremente sua opinião ao nível global, dando origem a um novo consumidor, mais ativo e conhecedor dos seus direitos, que passou a utilizar cada vez mais a Internet para buscar e gerar informações sobre empresas, marcas, produtos e serviços, deixando as organizações muito vulneráveis. Agora, as vozes dos consumidores são ouvidas em todos os lugares – blogs, sites, redes sociais, caixas de comentárias das edições digitais das mídias tradicionais e outras ferramentas colaborativas.
Essa mudança no perfil comportamental do consumidor fez com que as organizações buscassem formas de comunicação e relacionamento interativos ou dialógicos. Por outras palavras, as empresas deixaram de falar para os clientes e passaram a ter necessidade de falar com os clientes, comunicando ao mesmo nível. O que faz toda a diferença. Para isso, as empresas passaram a utilizar as mídias sociais – o novo ambiente comunicacional da Internet, como estratégia para influenciar positivamente os seus públicos de interesse, buscando construir reputação, criar uma imagem positiva, informar e persuadir pessoas, engajando os consumidores em torno da marca através de conteúdos interessantes.
Vivemos uma era da sociedade de informação em que o poder de comunicação conferido aos consumidores através da Internet faz com que um usuário digital que compartilhe uma opinião nas mídias sociais (influenciador) tenha mais força do que o próprio formador de opinião (empresa ou organização). E é essa confiança nas mídias sociais que faz com que as organizações queiram utilizá-las cada vez mais para se aproximarem dos consumidores e, assim, fortalecer o relacionamento com a comunidade de clientes.
Em face deste novo quadro, mais do que nunca, as empresas precisam de comunicar e de saber comunicar. E precisam produzir a sua própria informação. Agora, a relação direta e permanente com clientes e possíveis clientes é mais difícil e mais complexa, exigindo às empresas profissionais capacitados e muito experientes nas relações humanas.
Por isso, o perfil de um gestor de conteúdos digitais é cada vez mais complexo. Há uns anos, as empresas procuravam alguém com alguma capacidade de comunicação, conhecimento da empresa e apetência para as novas tecnologias. Hoje não é assim. Escrever frases bonitas já não é suficiente. O gestor de conteúdos digitais tem que ter uma boa capacidade analítica, precisa ter conhecimentos de economia, psicologia e sociologia. Tem de entender a cultura do público-alvo. Precisa conhecer bem o setor onde a empresa atua e tem de ter uma boa capacidade de reação a situações inesperadas. 
Basta lembrar uma coisa elementar: geralmente, a primeira impressão é a mais importante. E não costumamos ter duas oportunidades. Ora, na maioria das vezes, o primeiro contato de um cliente com uma empresa acontece justamente no espaço digital.