segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Empobrecimento da Europa chega aos supermercados



O grupo Unilever, um gigante mundial da distribuição, está a preparar-se para uma forte redução do consumo nos países europeus. A ideia é passar a vender produtos embalados em porções mais pequenas por menos dinheiro. Porque, segundo afirmou Jan Zijderveld, responsável da Unilever para a Europa, ao diário “Financial Times Deutschland”, a pobreza está de regresso à Europa (ver aqui).
A mudança estratégica para abordar o mercado europeu inspira-se nos métodos já utilizados nos países asiáticos em desenvolvimento, vendendo produtos mais baratos embalados em porções mais pequenas. A Unilever comercializa uma parafernália de marcas, a maioria de produtos alimentares e de higiéne, tais como Becel, Flora, Comfort, Knorr, Omo, Cif, Axe, Rexona, Lux, Dove, Lipton, Calvé, Hellmann’s, entre outras.
Será que as previsões da Unilever, que apontam para o empobrecimento europeu e uma consequente quebra fortíssima do consumo sem fim à vista, são exageradas? Será que os políticos, que vão afiançando que depois da tempestade virá a bonança, são confiáveis?
Em minha opinião, uma empresa global não decidiria uma mudança estratégica desta natureza se não estivesse baseada numa investigação de marketing bem fundamentada.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mensalão. O julgamento dos poderosos



As consequências do julgamento do “Mensalão”, o maior caso de corrupção política na história do Brasil, que coloca no banco dos réus dirigentes da cúpula do PT (Partido dos Trabalhadores) do tempo do primeiro Governo de Lula da Silva (2003-2006), vão muito para além da esfera político-partidária. Podemos falar com propriedade em consequências civilizacionais, num País habituado a ter uma justiça com fama de condenar um pobre por roubar as galinhas do vizinho e fechar os olhos aos prevaricadores de colarinho branco ricos e poderosos.
Iniciado no dia 2 de Agosto, o julgamento do “Mensalão” regista a particularidade de poder ser acompanhado em direto, através da TV Justiça, pelos 200 milhões de brasileiros, num sinal de transparência impressionante, em profundo contraste com a opacidade e a impunidade que noutros tempos envolviam casos deste género. Pela primeira vez, o banco dos réus está ocupado pelos poderosos do partido que está no poder, vai para uma década. Isso é uma novidade no Brasil, neste julgamento que o jornalista Lúcio Flávio Pinto, muito a propósito, classifica como uma aula magna de direito (ver aqui).
Não há estudos de audiências rigorosos, mas a verdade é que há muita gente agarrada às televisões e aos computadores, seguindo diariamente a saga do “Mensalão”, para desgosto de muitos candidatos do PT, alguns em dificuldades nas eleições municipais, que se realizam no próximo dia 7 de Outubro, como Fernando Haddad, indicado por Lula da Silva para São Paulo.
Paralelamente, os principais meios de comunicação do País publicam páginas e páginas sobre a tramóia político-partidária – que assentava na compra de apoios políticos de opositores do PT no Parlamento –, trocando em miúdos os jargões da justiça, de modo que todos os cidadãos entendam o que está em causa no julgamento.
Por outro lado, as edições digitais de muitos meios de comunicação também transmitem o julgamento em direto. Ou seja, por consequência dos avanços tecnológicos verificados na transmissão da informação, o que é dito em tribunal é ouvido na rua ou em casa de cada brasileiro.
Por estes dias, o senador Pedro Simon (PMDB) afirmava em plenário que o Brasil “até parece um País do primeiro mundo”, tal tem sido o papel soberano da Justiça no julgamento do Mensalão, conjugado com a demonstração do exercício da liberdade de imprensa por parte dos meios de comunicação. Se o Brasil ainda não é do primeiro mundo, está prestes a entrar no clube. É só esperar pelas sentenças dos “ministros” do Supremo Tribunal Federal, das quais não haverá recurso. Delas depende o avanço civilizacional que milhões de brasileiros almejam. Um avanço que significará viver num País em que a Justiça funcione de igual modo, seja para ricos ou para pobres. 

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Melhor diretor de marketing do Brasil é português


A trabalhar no Brasil desde 2010, Nuno Teles foi considerado o melhor diretor de marketing do ano no Brasil, num evento organizado pelo prestigiado grupo Lide (www.lidebr.com.br), que distinguiu os melhores do ano do setor. Nuno Teles, que recebeu o galardão no 3º Fórum de Marketing Empresarial, é vice-presidente de marketing da Heineken Brasil. Mais informação no Dinheiro Vivo (ver aqui).

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Portugal e as raízes brasileiras



“Acredito que a nossa relação com a Europa não é feliz porque uma parte essencial das nossas raízes continua em África e no Brasil... Com a crise, muitos regressaram para lá. Em dez anos, fizemos todas as reformas pedidas pela Europa (o aborto, o casamento homossexual). Foi sem dúvida rápido, mas ao mesmo tempo a nossa economia não conseguiu criar bases sólidas. Estamos muito dependentes da situação espanhola, grega, irlandesa. Perdemos a nossa agricultura, a nossa pesca e a nossa indústria já pouco conta. Só nos resta a nossa cultura e o mar como oferta turística.”

Francisco José Viegas, secretário de Estado da Cultura de Portugal, em entrevista a “Le Monde”, citado pelo “Público”, 17-08-2012

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Dez estratégias de manipulação mediática, segundo Chomsky


Ideias de marketing para imobiliárias


Procurar uma casa para viver é um dos maiores desafios que podemos enfrentar no que concerne às compras que temos de fazer ao longo da vida. Escolher uma casa não é como escolher um computador ou uma peça de vestuário. Na procura de uma casa, seja através da compra do imóvel ou do aluger por um determinado período de tempo, estamos perante um processo de decisão moroso, dado estarem em causa múltiplas variáveis. A começar pelo peso dessa aquisição no orçamento familiar. Um negócio tão raro na vida de uma pessoa é também um desafio para as imobiliárias, que precisam permanentemente de clientes para manterem negócio.
A explosão da Internet, por seu lado, mudou o modo como nos relacionamos com o mercado. A Internet trouxe mais informação e maior capacidade de escolha para os consumidores. Com mais informação e um acesso mais facilitado às múltiplas ofertas do mercado, os consumidores tornaram-se mais exigentes. E essa maior exigência dos consumidores significa que as empresas passaram a ter mais um obstáculo à venda dos seus produtos e serviços.
Por isso, importa aplicar fórmulas de relacionamento permanente entre a marca e o cliente. As imobiliárias, por exemplo, precisam explorar fórmulas de relacionamento duradouro com os seus clientes, pensando que podem cruzar-se com o cliente mais do que uma vez. Ou pensando que, se for bem atendido, o cliente pode recomendar a imobiliária aos seus amigos ou familiares. O primeiro atendimento a um cliente tem de ser sempre o começo de uma longa relação que proporcione experiências agradáveis para as duas partes. As imobiliárias não devem, portanto, mediar um negócio e abandonar o cliente. As empresas que fizerem isso estão condenadas ao fracasso.
Foi justamente sobre fórmulas de relacionamento entre as imobiliárias e os seus clientes que escreveu o publicitário brasileiro Fábio Mesquita Torres, no portal Administradores, cujo texto partilho com os leitores do COMUNICAÇÃO INTEGRADA. São ideias e provocações criativas para as imobiliárias perceberem a importância de se estabelecer um forte canal de relacionamento com seus clientes, e, principalmente, ganharem espaço na mente de clientes potenciais (ver aqui).

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

O instante decisivo de uma campanha eleitoral


Numa campanha eleitoral todos os meios são importantes para difundir a mensagem e seduzir o eleitor, desde que se complementem e promovam uma comunicação integrada. Mas continuo a pensar que, por muito que a Internet e comunicação digital se desenvolva, nada substitui a eficácia da comunicação interpessoal. Aquele momento em que o candidato encara o eleitor olhos nos olhos e o cumprimenta com afeto continua a ser o instante decisivo de uma campanha eleitoral capaz de ficar na cabeça do eleitor até ao dia da eleição. Talvez por isso, na campanha para as eleições municipais da cidade brasileira de Fortaleza, governada por uma coligação liderada pelo PT e onde vivem 2,5 milhões de habitantes, o aproveitamento da Internet como ferramenta de campanha ainda é reduzido, ainda que quase todos os candidatos estejam presentes na rede (ver aqui). 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

A austeridade comunicacional de Angela Merkel



Um dos segredos para percebermos o nível de consistência das ideias e das mensagens de um político é observar com muita atenção a sua comunicação verbal e não verbal. Como é referido no blogue Marketing Político en La Red, citando o antropólogo Albert Mehrabian, as palavras fornecem apenas 7% do conteúdo de uma mensagem (ver aqui). Por isso é que a comunicação digital não substitui o contato interpessoal.
O tom de voz e outros detalhes vocais valem 38% do conteúdo de uma mensagem, enquanto a linguagem corporal significa 55%, segundo os estudos desenvolvidos por Albert Mehrabian. Vem isto a propósito de Angela Merkel e da sua austeridade comunicacional, que se traduz num discurso dogmático e inflexível – que é fiel à ortodoxia económica vigente na Europa – numa indumentária austera e nada sedutora – ao contrário do que é normal numa mulher – e numa linguagem gestual rígida e inexpressiva, como aconteceu, por exemplo, quando, inadvertidamente, levou com uns copos de cerveja pela cabeça abaixo. O tema é escalpelizado no blogue Marketing Político em La Red que partilho com os leitores (ver aqui).