sexta-feira, 29 de abril de 2011

O público e o privado numa campanha política


“Passos Coelho fez bem a capa da ‘Flash’, era uma maneira de entrar bem determinado segmento de eleitorado. O problema foi a exposição em demasia que se seguiu. Tudo o que é demais enjoa e torna-se uma arma de arremesso do ‘spinning’ PS, que agarrou nesse tema para tentar passar a campanha do essencial para o acessório. O acessório é a família e a vida pessoal do líder do PSD, o essencial são os seis anos de governação de José Sócrates. Logo, o PSD desfocou o campo de acção na comunicação política que deve privilegiar.”
“A presença familiar [numa campanha eleitoral] deve ser o mais natural possível. As pessoas gostam de conhecer a família, que é sempre uma âncora, de quem os vai dirigir. A família deve estar presente apenas quando seja essencial nos momentos mais relevantes para os candidatos. E dentro dos critérios por ele escolhidos e não por um qualquer “marqueteiro” sem história relevante.”
“A política conta histórias e a história de uma família harmoniosa, feliz e que aparece nos momentos certos é um bom momento de comunicação política. Em Portugal, recordo sempre o cuidado de Cavaco Silva, acompanhado com a mulher da sua vida e a produção nas primeiras presidenciais ganhas, com os netos na capa do ‘Expresso’. Jogou a seu favor: o de um homem duro, rigoroso, mas feliz na sua intimidade.”
[FONTE: Rui Calafate, director-geral da Special One, “Meios & Publicidade”, 27-04-2011]

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