Ao
fim de 13 números, a revista “Rumo”, sobre comunicação econômica e financeira
em Angola e em Portugal, fecha as portas. A “Rumo” era detida em 70% pelos
angolanos da Finicapital e em 30% pelo Grupo Impresa, de Pinto Balsemão. O
conceito era interessante, mas o jornalismo impresso só pode sobreviver e ter
êxito com um posicionamento correto no mercado e plena liberdade editorial.
O fundador da Impresa, Pinto Balsemão, tem-se queixado da Internet, que considera inimiga do êxito de jornais e revistas, por permitir que a informação seja distribuída gratuitamente. Mas o problema é de outra natureza. O caso do encerramento da revista “Rumo” é a prova de que os projetos editoriais só conseguem ter sucesso se forem absolutamente livres. Essa é uma das condições principais. O problema é que para serem absolutamente livres precisam de ter dinheiro, ou seja, precisam de independência financeira. Mas para terem dinheiro precisam de investidores desinteressados. Precisando de investidores, os projetos editoriais não podem tocar nos seus interesses estratégicos. Logo, a liberdade editorial torna-se improvável. Parece-me ter sido o caso do falhanço da “Rumo”. Porque a informação econômica não é só cor-de-rosa. E Angola não é o paraíso do luxo desenfreado e provocador que uma minoria privilegiada vive em Luanda. Ora, esses não compram revistas, pois, quando precisam, têm acesso a outros meios de informação. E para a maioria da população angolana, formada por pobres que diariamente enfrentam reais dificuldades econômicas, a “Rumo” era uma revista de outro planeta. Já em Portugal, era vista como um meio de propaganda dos negócios luso-angolanos. É por isso que a “Rumo” acaba sem deixar marcas (ver aqui o comunicado da administração da revista).
O fundador da Impresa, Pinto Balsemão, tem-se queixado da Internet, que considera inimiga do êxito de jornais e revistas, por permitir que a informação seja distribuída gratuitamente. Mas o problema é de outra natureza. O caso do encerramento da revista “Rumo” é a prova de que os projetos editoriais só conseguem ter sucesso se forem absolutamente livres. Essa é uma das condições principais. O problema é que para serem absolutamente livres precisam de ter dinheiro, ou seja, precisam de independência financeira. Mas para terem dinheiro precisam de investidores desinteressados. Precisando de investidores, os projetos editoriais não podem tocar nos seus interesses estratégicos. Logo, a liberdade editorial torna-se improvável. Parece-me ter sido o caso do falhanço da “Rumo”. Porque a informação econômica não é só cor-de-rosa. E Angola não é o paraíso do luxo desenfreado e provocador que uma minoria privilegiada vive em Luanda. Ora, esses não compram revistas, pois, quando precisam, têm acesso a outros meios de informação. E para a maioria da população angolana, formada por pobres que diariamente enfrentam reais dificuldades econômicas, a “Rumo” era uma revista de outro planeta. Já em Portugal, era vista como um meio de propaganda dos negócios luso-angolanos. É por isso que a “Rumo” acaba sem deixar marcas (ver aqui o comunicado da administração da revista).
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