As
televisões portuguesas mobilizaram alguns dos seus melhores jornalistas para a
cobertura dos incêndios florestais na ilha da Madeira. Como se sabe, na ilha
existe a RTP Madeira, que é um dos canais da televisão pública portuguesa, por
sinal a primeira a ter mostrado ao mundo, com grande profissionalismo, a
tragédia que se abateu sobre a ilha. Porém, nos dias seguintes, a RTP Lisboa acabou
por mandar outras equipas de reportagem para a Madeira, com caras mais conhecidas
da informação. Deixámos, por isso, de ouvir relatos com sotaque madeirense
daqueles que melhor conhecem a região.
Em
minha opinião, é incompreensível o que se passou. Ao ter mandado repórteres de
Lisboa, a RTP – para
além de acicatar Alberto João Jardim com o envio de uma jornalista indesejada... – passou um atestado de menoridade aos seus repórteres da Madeira.
Ora, se o pessoal da RTP Madeira não é capaz de descrever incêndios não será
capaz de fazer nada. A verdade é que o trabalho dos repórteres madeirenses foi bem avaliado por quem acompanhou as reportagens.
No fundo, a RTP Lisboa revelou a todos nós um exemplo do
centralismo bacoco que tem impedido o desenvolvimento harmonioso do País. Eu sei que,
quem está em Lisboa, tem dificuldade em olhar as coisas por este prisma. Mas é
uma realidade. E já não menciono questões como o desperdício de meios e o
aumento de despesa que esta operação implicou.
Um comentário:
Tem toda a razão. Esta situação acontece há anos. Desde sempre.
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