É das regras elementares da vida digital ter uma presença activa na rede. Assim como na vida real vamos todos os dias trabalhar, também na vida digital é preciso comunicar regularmente com o público. Como já escrevi neste blogue, as redes sociais como meios de comunicação de grande alcance vieram para ficar, revolucionando a forma como as pessoas e as organizações comunicam entre si, com o mercado e com os seus públicos.
Ter uma conta no Facebook, no Twitter, no LinkedIn, no Flickr ou no YouTube, para referir algumas das redes sociais mais frequentadas, deixou de ser apenas um devaneio de jovens atraídos pelo fascínio da natureza ilimitada da Internet como espaço de diversão. Porque a Internet também é um meio de partilha de serviços, de informação e de conhecimento. É no ciberespaço que circula a informação e muitos dos serviços de que precisamos para a nossa vida funcionar.
Entretanto, o ministro da Solidariedade e Segurança Social, Pedro Mota Soares, deu nota, nesta terça-feira, da sua falta de comparência na rede. Talvez muito atarefado na tentativa de salvar o que resta do Estado social, precisando, por isso, de comunicar muito, Mota Soares está com dificuldades inesperadas para comunicar com os cerca de 3.900 fãs no Facebook. “Infelizmente não me tem sido possível consultar esta página tantas vezes quantas eu gostaria. No entanto, tenho lido as vossas mensagens e sugestões. Tentarei responder assim que possível. Obrigado a todos pela compreensão”, escreveu o ministro na tarde desta terça-feira – ele que já não escrevia nada desde 27 de Setembro último.
Em Julho, escrevi sobre a inactividade de Pedro Passsos Coelho no Facebook, em contraponto com a actividade do Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva. No mesmo dia, Passos Coelho voltou ao Facebook para publicar “Uma pequena reflexão de Verão”. Até hoje não escreveu mais nada, tendo deixado de comunicar com mais de 65 mil fãs e seguidores. Paulo Portas também não interage com os seus quase 38 mil seguidores desde 7 de Julho último. Pelo contrário, a ministra Assunção Cristas lá vai comunicando pela rede social mais popular do mundo.
Ninguém obriga os políticos a comunicar pela Internet. Mas comunicar apenas em tempo de campanha eleitoral, abandonando depois os eleitores, não é aceitável. Se não há tempo, por força das obrigações compreensíveis decorrentes das funções públicas assumidas, os eleitores não querem saber. Nem têm que saber. O que os eleitores sabem é que houve alguém que comunicou com eles durante um certo tempo, mas deixou de comunicar logo que assumiu o poder. Essa é a percepção que passa para os eleitores. Ora, essa mudança de atitude descredibiliza qualquer mensagem futura que os políticos em causa venham a divulgar quando retornarem à rede.
Evidentemente, não se pede a um primeiro-ministro ou a um ministro que esteja disponível para actualizar o seu estado no Facebook. Mas é insustentável deixar de comunicar ou deixar os cidadãos sem respostas por falta de tempo. A interacção com os públicos é fundamental para uma presença eficaz nas redes sociais. E nós sabemos que seria muito fácil a um político fazer das redes sociais canais de eleição na comunicação com os cidadãos. Dá trabalho? Dá. Exige competência profissional? Exige. Seria um avanço civilizacional na comunicação entre os governantes e os eleitores? Seria, sem dúvida.
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3 comentários:
com tantos acessores que cada uma das figuras comporta, não seria difícil delegar alguma escrita, de forma a manter alguma vivacidade nos conteudos.Não sendo a mesma coisa, mesmo sabendo-se que a representação poderá ser de outrem, seria respeitavel e sobretudo demonstaria consideração, ou lá o que isso representa para as personagens aqui em questão.
Já viram a interação do governo brasileiro? Vale a pena conferir ! É sem dúvidas, um serviço de referência !
Nossa que blog bom, inteligente, dinâmico, senti até um pouco de inveja no bom sentido; porque não tive essa ideia antes! Sou profissional de pesquisas e marketing político, mas aqui estou aprendendo novas técnicas, mais avançadas, principalmente sobre marketing político digital.
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