Mais de 85% de internautas brasileiros que participaram numa pesquisa “online” consideram que as redes sociais são meios de comunicação adequados para a discutir política, por serem espaços mais abertos e interativos. E, para 40% desses internautas, o Facebook, a rede criada por Mark Zuckerberg, é apontado como o lugar preferido para trocar ideias sobre política. Outros 37% acreditam que todas as redes são eficientes, enquanto 11% preferem o Twitter. Estes são os principais resultados de uma pesquisa “on-line” intitulada “Rede social é lugar para política?”, que foi realizada no mês de Agosto de 2012, com 332 pessoas de todo o Brasil, pela empresa eCRM123, especializada em redes sociais.
A
pesquisa, que foi realizada num momento em que o Brasil se encontra em campanha
eleitoral para a eleição municipal de 7 de Outubro, permitiu ainda apurar que
os políticos têm de levar a sério as redes sociais como elemento de discussão
interativa. Para muitos eleitores, as redes sociais já começam a ser preferidas
em relação à televisão para buscarem informação política. Porém, o estudo
constata que a maioria dos candidatos a prefeitos e vereadores nesta campanha não
usa todo o potencial das redes sociais e da Internet, verificando-se a ausência
de uma estratégia bem delineada de comunicação digital (ver aqui).
Tal
como acontece no mercado de bens e serviços, com o Marketing 3.0, assim
designado por Philip Kotler, o novo eleitor digital é cada vez mais exigente: quer
respostas completas sobre assuntos concretos e não promessas vagas. Os
eleitores querem os documentos disponíveis, em formato PDF, para poderem
copiá-los para o seu computador, se quiserem. Por isso, não basta produzir
vídeos para programas de TV e migrá-los para a Internet. Daí que os candidatos
precisam de estar focados nas redes sociais mais importantes, nos assuntos que
estão na agenda política, e, obviamente, nos principais compromissos para o
mandato. O plano do mandato é mesmo o elemento de informação que os eleitores
digitais – teoricamente mais ativos e informados – consideram mais importante.
O
simples cartaz digital, que pode enfeitar uma página do Facebook ou um e-mail, já
não é suficiente. É preciso ir mais além, com um bom planeamento de conteúdos que
garanta respostas a todas as perguntas feitas pelos eleitores, uma vez que, de
acordo com a pesquisa, o conteúdo das respostas aos eleitores tem sido fraco.
Ora,
este novo quadro interativo exige, por parte dos políticos, uma atenção
renovada aos pormenores, neste caso, a todos os pontos de contato digital entre
o público e o candidato, não deixando ninguém sem resposta. O que implica a
existência de uma assessoria de comunicação engajada neste espírito interativo,
que seja realmente um braço do candidato no espaço público. Porque a ausência
desta atitude e desta disponibilidade para interagir ou provocar fórmulas de
interação pode ser fatal para a candidatura, dado que provoca uma perda
considerável de seguidores, que são potenciais eleitores e influenciadores.
Um
blog, com atualização diária, de segunda a sexta-feira, pois não adianta
perturbar os eleitores no seu descanso de fim-de-semana, e contas no Facebook,
no Twitter e no Youtube são meios suficientes para uma presença digital de
excelência. Não adianta apostar em mais redes sociais, pois seria trabalho
irrelevante e desfocalizado. Isso
exige ao político um bom plano estratégico de comunicação digital.
Por
outro lado, e ao contrário do que fizeram os governantes Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, em Portugal (ver aqui), o trabalho de presença digital não pode terminar no dia da vitória eleitoral. Pelo
contrário. É aí que começa a comunicação governamental, cuja eficácia é essencial para construir
a boa imagem de um político no poder. Não só porque as redes sociais têm
memória, mas também porque os eleitores não iriam tolerar um político ativo e
falador na campanha e mudo depois da vitória na eleição.
Um comentário:
Hoje em dia, muitos profissionais confiaveis fazem sua publicidade pelas redes sociais.
É uma forma de chegar a mais pessoas e também é totalmente de graça; não se precisa investir dinheiro na criação duma pagina web.
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