Em comunicação política (e não só política), a percepção faz toda a diferença. Na psicologia, o estudo da percepção é de extrema importância porque o comportamento das pessoas é baseado na interpretação que fazem da realidade e não na realidade em si. Na política acontece a mesma coisa. A questão é que a percepção dos acontecimentos é diferente para cada um de nós. Na verdade, cada pessoa percebe um objecto ou uma situação de acordo com os aspectos que têm especial importância para si própria, de acordo com o conhecimento, a história e a cultura.
Os resultados das eleições regionais na ilha da Madeira deram a vitória ao “PSD de Alberto João Jardim”, que conquistou 48,6 por cento dos votos, o que foi suficiente para garantir mais uma maioria absoluta. Se fossem eleições legislativas nacionais seria uma das maiores vitórias do PSD em toda a história da democracia portuguesa. Mas, como estamos a falar da Madeira, este foi o pior resultado de sempre, porque o PSD, desde 1976, nunca tinha ganho com menos de 50 por cento dos votos. O pior resultado do PSD de sempre na Madeira. É esta a percepção que fica sobre as eleições regionais de 2011. Mesmo tendo sido uma grande vitória de Alberto João Jardim, atendendo às circunstâncias políticas, decorrentes do tema dominante da campanha.
Já Paulo Portas pode falar em resultado histórico para o CDS/PP, pois o seu partido ultrapassou o PS e passou a liderar a oposição no parlamento madeirense. Entretanto, o Bloco de Esquerda foi varrido do mapa político da ilha. Tal como no País, a moda também passou na Madeira. FOTO: Gustavo Bom (Global Notícias)
2 comentários:
Num pais de ignorantes , qualquer "trafulha" pode ganhar eleições. Um Pais onde se idolatram os corruptos e ladrões só podem ganhar com maiorias. Toda a gente se queixa mas o certo é que ganham sempre os mesmos. Aplica-se perfeitamente o discurso dos anos 40 de um politico Canadense denominado " Mouceland" Terra de ratos!
"Entretanto, o Bloco de Esquerda foi varrido do mapa político da ilha. Tal como no País, a moda também passou na Madeira."
Esta ligeireza com que varre - numa típica frase de uma direita vitoriosa (nos dias que correm), autolátrica e autocrática - décadas de combate político (e que está aí para durar - os tais corredores de maratona, como dizia ontem - 09/10 - Louçã) de superação deste capitalismo exangue, poderá ter-lhe saído com algum gozo, mas fica aquém de um ponderado e assisado raciocínio de quem não quer embarcar em "sound bytes" da "má" imprensa que, contrariamente ao tido por assente, persegue o Bloco.
Claro que é um muito mau resultado, mas a luta política é muito mais que modas...
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