terça-feira, 17 de maio de 2011

A publicidade do "i". Trinta segundos de inovação



Sou um fã do jornal "i", um projecto jornalístico que veio provar que em Portugal também se fazem coisas diferentes e bem feitas. Não é um jornal completo, nem perfeito, mas tem o condão de conseguir surpreender-nos todas as manhãs, de segunda a sábado, dando aos leitores algo mais do que as respostas às perguntas básicas suscitadas na elaboração de uma notícia. Porque isso, hoje, é noticiado na hora, através da Internet, transformando-se em matéria desactualizada quando chega aos jornais no dia seguinte.
Ora, os mentores do "i", jornal que é o cartão-de-visita nacional do portefólio de comunicação do Grupo Lena, compreenderam que para fazer melhor teriam que fazer diferente. E o projecto está a fazer o seu caminho, apesar das dificuldades inerentes às limitações que condicionam o mercado português. Dificuldades que obrigaram à redução de custos, facto que levou à demissão do seu primeiro director, Martim Avillez Figueiredo, que saiu em ruptura com a administração, tendo o jornal passado a ser dirigido por Manuel Queiroz, vindo do semanário "Grande Porto", do mesmo grupo empresarial.
Em Fevereiro deste ano, o jornal “i” venceu o prémio máximo da Society for News Design (SND). O júri, formado por cinco profissionais da comunicação da Alemanha, dos Estados Unidos da América (EUA), da Rússia e do Canadá destacou o carácter inovador do projecto e considerou que o matutino lançado em 2009 pelo Grupo Lena tem o “melhor design do mundo”.
O prémio foi conhecido há três meses, mas a campanha promocional só agora chegou à televisão. São 30 segundos de um anúncio “fresco” e “consistente”. Como o jornal. Só é pena que índice de leitores que compram o jornal não corresponda (não chega a vender 10 mil exemplares em todo o País, o que é muito pouco), pois a marca “i” tem todas as condições para agarrar as novas gerações de leitores, mesmo os leitores que preferem o papel. Porque, por força do design, “cada página oferece coisas que só dão vontade de devorar”, como diz o júri da Society for News Design.

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