“A RTP custou este ano 350 milhões de euros, sem nos dar em troca os correspondentes conteúdos de interesse público e de valorização pessoal. Para o ano vai-nos custar mais de 600 milhões! Sim, mais de 600 milhões, pois será incluída no orçamento a dívida que foi colocando a RTP numa falência técnica crónica sempre tolerada pelos governos em troca dos serviços prestados à propaganda e à desinformação.”
“O ministro Miguel Relvas pretende contas controladas por um genuíno sentido de defesa do dinheiro público num momento de crise, para ter a empresa financeiramente pronta para a privatização de um canal e para passar por salvador da RTP, tal como Morais Sarmento, que a "salvou" em 2002 para se servir dela de 2003 em diante.”
“Em 2011, pretende-se de novo emagrecer a RTP para salvar o modelo de sempre na relação com o poder político, permitindo à RTP, a qualquer momento, servir o governo e o sistema partidário (os outros partidos toleram e apoiam este modelo, porque comem as migalhas queo governo e a RTP lhes atiram ao chão).”
“Este Governo, como os anteriores, pretende algum controlo sobre aspectos da informação, como a "sugestão" de chefias e de comentadores políticos, a agenda do ‘Prós e Contras’ — que tem sido, desde há quase dez anos, o verdadeiro programa do Governo —, e as habituais "sugestões" para a agenda noticiosa normal. É isto que está em causa.”
“O ministro Relvas reconduzirá o presidente da RTP, um PS que se aprestou ao frete da recuperação financeira imposta pela ‘troika’ e a despedir umas centenas de funcionários. Uma ressalva na lei que baixou os salários das outras empresas públicas salvaguarda os altos salários desta administração. O administrador Luís Marinho, a quem não se conhece nenhum trabalho de mérito, que disse ser José Sócrates um primeiro-ministro "óptimo", que já foi director de informação em tempos de governos PSD ou PS, está "sugerido" por Relvas para director-geral da RTP, o que será, na minha opinião, um desastre para os conteúdos e para a informação. Alguém duvida dos motivos que levam Relvas a querer Marinho como director-geral?”
Eduardo CintaTorres, membro do Grupo de Trabalho nomeado pelo Governo para definir o Serviço Público de Comunicação Social, “Corrreio da Manhã”, 11-12-2011
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