Com esta campanha de preços extraordinariamente baixos, que é própria de um País de pobres e miseráveis, o Pingo Doce só contagia quem se deixar contagiar e, também é verdade, quem não pode deixar de ser contagiado. Isto num dia em que todos deveriam estar em casa a descansar, vivendo em sossego o feriado do Dia do Trabalhador. A começar pelos trabalhadores do Pingo Doce.
Para muita gente, porém, já não há 1º de Maio. Até a insuspeita RTP, que é pública, o que significa que tem responsabilidades de serviço público em matéria de televisão, mandou um repórter para a porta do Pingo Doce de Telheiras, para que fossemos informados sobre as promoções do supermercado do grupo Jerónimo Martins. Não se tratou de publicidade encapotada. Era mesmo o "Jornal da Tarde", da RTP1. Era mesmo uma reportagem. Deve ter sido para agradecer à família Soares dos Santos a recente transferência de capital para uma subsidiária do grupo na Holanda.
Por mim, e quanto a supermercados, continuo a fazer compras no LIDL, que é uma das coisas boas que a Alemanha meteu em Portugal. Tem marcas próprias, tem bons produtos e fortalece a economia portuguesa, não só os produtores locais, como os armazenistas que não têm acesso à grande distribuição. Parafraseando a publicidade do Pingo Doce, é no LIDL que sabe bem pagar tão pouco. O resto é conversa.
Um comentário:
Uma surpresa, hoje: um péssimo post.
Basta ligar todas as televisões, abrir todos os jornais para perceber que esta acção de marketing foi REAL assunto do dia, por todas as razões (a crise, o marketing, a política).
E quanto ao manifesto patriótico de fazer compras no Lidl, é absolutamente descabido. Até pode ser um gosto pessoal e isso, todos podem respeitar. Mas uma simples análise económica do impacto na economia nacional de ambas as insígnias, acho que é claro que a JM tem maior contributo.
Há dias assim, Cumprimentos,
Daniel
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