segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O azeite “Benfica” à venda no Brasil



Depois de anos de abandono da terra, promovido, aliás, por políticas governamentais erráticas, os portugueses estão a descobrir o óbvio: que a produção agrícola é essencial para a sustentabilidade ambiental, social e econômica do País. E muitos dos novos agricultores estão a descobrir outra coisa: que é possível ser agricultor e ganhar dinheiro.
O setor da produção de azeite é um exemplo. Há cerca de uma década, os espanhóis compraram herdades alentejanas que estavam abandonadas e converteram-nas em terras produtoras de azeite de grande qualidade. Em resultado disso, o pobre e despovoado distrito de Beja acolhe aquele que é considerado o maior lagar da Europa.
A oliveira ainda não foi promovida à condição de árvore de Portugal, mas seria justo que tal acontecesse. Porque o azeite é hoje um dos produtos portugueses mais apreciados no estrangeiro. E cada vez mais há produtores portugueses interessados em entrar no circuito da exportação, nomeadamente para o Brasil, onde, em cada supermercado, o azeite português dá cada vez mais nas vistas – embora com forte concorrência de Espanha, Itália ou Argentina.
Marcas como “Andorinha” ou “Vila Flor” oferecem um azeite de grande qualidade a um preço muito aceitável. Em Fortaleza, uma garrafa de 500 mililitros de azeite virgem extra dessas marcas pode custar em torno de 12 reais (cerca de 4,30 euros). Também há azeite português igualmente muito bom a custar o triplo.
O que nunca tinha visto era uma marca de azeite “Benfica”. Mesmo sendo sportinguista, há dias, resolvi arriscar, pois o azeite custava abaixo dos 9 reais, como preço de lançamento. E constatei que o azeite “Benfica” é muito melhor do que algumas versões do “Gallo”, cuja massificação comercial parece estar a degradar o produto, em particular no Brasil.
Mas o azeite “Benfica” que se vende no Brasil, identificado num rótulo sóbrio como “português”, não se trata de “merchandising” do Sport Lisboa e Benfica, ao contrário de um outro azeite “Benfica”, que se vende na loja do clube (ver aqui). Penso, inclusive, que o presidente do clube desportivo de Lisboa, Luís Filipe Vieira, que até tem investimentos imobiliários no Brasil, nem deve saber disso.
Ora, se Luís Filipe Vieira vier a saber da existência deste azeite pelo blog COMUNICAÇÃO INTEGRADA, não poderá queixar-se do uso da marca “Benfica”. Afinal, trata-se de uma marca que está a ser comercializada no Brasil e não em Portugal, sem a utilização do logótipo do clube português. Por outro lado, só no Estado do Ceará, para que conste, há um bairro chamado “Benfica”, em Fortaleza, que tem um shopping também chamado “Benfica”. E até existe um município chamado “Eusébio”, que é limítrofe à capital Fortaleza. Mas Eusébio, o símbolo internacional do Benfica, que nunca foi visto por aqui, também não deve saber disso.

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