Depois
de anos de abandono da terra, promovido, aliás, por políticas governamentais
erráticas, os portugueses estão a descobrir o óbvio: que a produção agrícola é
essencial para a sustentabilidade ambiental, social e econômica do País. E
muitos dos novos agricultores estão a descobrir outra coisa: que é possível ser
agricultor e ganhar dinheiro.
O
setor da produção de azeite é um exemplo. Há cerca de uma década, os espanhóis
compraram herdades alentejanas que estavam abandonadas e converteram-nas em
terras produtoras de azeite de grande qualidade. Em resultado disso, o pobre e
despovoado distrito de Beja acolhe aquele que é considerado o maior lagar da Europa.
A
oliveira ainda não foi promovida à condição de árvore de Portugal, mas seria
justo que tal acontecesse. Porque o azeite é hoje um dos produtos portugueses
mais apreciados no estrangeiro. E cada vez mais há produtores portugueses
interessados em entrar no circuito da exportação, nomeadamente para o Brasil,
onde, em cada supermercado, o azeite português dá cada vez mais nas vistas –
embora com forte concorrência de Espanha, Itália ou Argentina.
Marcas
como “Andorinha” ou “Vila Flor” oferecem um azeite de grande qualidade a um
preço muito aceitável. Em Fortaleza, uma garrafa de 500 mililitros de azeite
virgem extra dessas marcas pode custar em torno de 12 reais (cerca de 4,30
euros). Também há azeite português igualmente muito bom a custar o triplo.
O
que nunca tinha visto era uma marca de azeite “Benfica”. Mesmo sendo
sportinguista, há dias, resolvi arriscar, pois o azeite custava abaixo dos 9
reais, como preço de lançamento. E constatei que o azeite “Benfica” é muito
melhor do que algumas versões do “Gallo”, cuja massificação comercial parece
estar a degradar o produto, em particular no Brasil.
Mas
o azeite “Benfica” que se vende no Brasil, identificado num rótulo sóbrio como “português”, não se
trata de “merchandising” do Sport Lisboa e Benfica, ao contrário de um outro azeite “Benfica”, que se vende na loja do clube (ver aqui). Penso, inclusive, que o
presidente do clube desportivo de Lisboa, Luís Filipe Vieira, que até tem
investimentos imobiliários no Brasil, nem deve saber disso.
Ora,
se Luís Filipe Vieira vier a saber da existência deste azeite pelo blog
COMUNICAÇÃO INTEGRADA, não poderá queixar-se do uso da marca “Benfica”. Afinal,
trata-se de uma marca que está a ser comercializada no Brasil e não em Portugal, sem a utilização do logótipo do clube português.
Por outro lado, só no Estado do Ceará, para que conste, há um bairro chamado “Benfica”, em
Fortaleza, que tem um shopping também chamado “Benfica”. E até existe um município chamado “Eusébio”, que é limítrofe à capital
Fortaleza. Mas Eusébio, o símbolo internacional do Benfica, que nunca foi visto
por aqui, também não deve saber disso.
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