Nesta segunda-feira, o jornal “Público” destaca uma grande figura do regime democrático português chamada Eduardo Catroga, apresentado como “um gestor de topo com gosto pela política”. O título, grafado sobre uma imagem que ocupa mais de metade da primeira página, que nos mostra Catroga em acção falando ao telemóvel, é ternurento para o protagonista e insultuoso para a inteligência dos portugueses: “Eduardo Catroga. O homem que fez um Governo e ficou de fora.”
Estamos a falar de alguém que era candidato a ministro e que, aos 70 anos, continua à boleia do poder político-partidário, tendo sido contemplado com um ordenado de 45 mil euros mensais na EDP, para somar a uma reforma milionária de que não abdica. Daí talvez o título extraordinariamente simpático que ocupa a primeira página do suplemento P2: "Competente, dinâmico, empenhado, impulsionador, independente."Depois da crise de comunicação gerada pelas histórias pornográficas dos "pentelhos" e pela nomeação para a presidência do Conselho Geral e de Supervisão da EDP (ver aqui), estamos agora perante uma óbvia operação de “spinning” destinada a lavar a imagem de um dos portugueses que mais beneficiaram com a mudança de Governo.
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