A
cidade do Porto, no Norte de Portugal, vai receber, de 13 a 17 de Novembro de
2012, a primeira edição da "Feira de Emprego e Angolanização da
Economia", evento inserido no âmbito das comemorações do 37º aniversário
da Independência de Angola, que se assinala a 11 de Novembro (ver aqui).
Acho
absurdo que a cidade do Porto e uma das suas instituições mais antigas e
emblemáticas – a Associação Comercial do Porto – recebam e apoiem um evento
denominado “Angolanização da Economia”. É capaz de haver alguma razão, certamente
descoberta por alguma cabeça iluminada do marketing estratégico. Porém, não
consigo perceber. A não ser no quadro de uma desorientação estratégica profunda,
que está a afetar Portugal e a Europa.
A
comunicação é fundamental. Na organização de um evento, a forma como
comunicamos é ainda mais decisiva. E o primeiro sinal de eficácia na
comunicação de um evento está justamente na sua designação.
Sabemos
que o evento que a cidade do Porto vai receber é organizado mediante uma
parceria entre o Consulado Geral de Angola no Porto e a Associação Comercial do
Porto. E, em função da grave crise económica e social que afeta Portugal, calculamos
que a feira seja um evento de grande interesse para trabalhadores e investidores
portugueses – pois integra uma mostra de oportunidades de emprego em Angola e
diversas conferências com apresentação de casos de sucesso de empresas
portuguesas no País. Mas daí à “Angolanização da Economia” é capaz de ir uma
grande distância.
A expressão “Angolanização da Economia” para designar uma feira de emprego e oportunidades de investimento em Angola é absurda. E significa uma dependência de Portugal atroz e assustadora em relação à sua antiga colónia africana. Sobretudo quando é Portugal que tem os investidores, tem a tecnologia e tem a mão-de-obra qualificada. Por outro lado, a expressão “Angolanização da Economia” não faz sentido nenhum, assim como jamais faria qualquer sentido falar em “Brasileirização da Economia”, só para dar o exemplo do Brasil, que é um País onde Portugal também tem grandes investimentos.
A expressão “Angolanização da Economia” para designar uma feira de emprego e oportunidades de investimento em Angola é absurda. E significa uma dependência de Portugal atroz e assustadora em relação à sua antiga colónia africana. Sobretudo quando é Portugal que tem os investidores, tem a tecnologia e tem a mão-de-obra qualificada. Por outro lado, a expressão “Angolanização da Economia” não faz sentido nenhum, assim como jamais faria qualquer sentido falar em “Brasileirização da Economia”, só para dar o exemplo do Brasil, que é um País onde Portugal também tem grandes investimentos.
2 comentários:
Meu Caro, para bom entendedor meia palavra basta...mas, para mau entendedor aqui vai a explicação: se o evento é levado a cabo pelo Consulado de Angola... logo tratar-se-à da "angolanização" da economia Angolana, correto?! Senão analise em bom rigor... Faz ideia de quantos portugueses, chineses, brasileiros, entre outros, assumem cargos técnicos em Angola?! Não será uma ideia iluminada estarem no direito de contratar também nacionais Angolanos para estes cargos? Valia-lhe a pena pensar nisto... assim como informar-se antes de opinar a quente...
Com certeza que se esta feira de emprego fosse realizada em Madrid para angolanos e espanhóis, seria melhor apreciada por si... Enfim!
Acho que foi um comentário menos feliz da sua parte.
Cumprimentos
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