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Em Quarteira, no Algarve, um jovem, que era ameaçado por um grupo rival, dispara contra um polícia e é alvo de um cerco policial. Entrega-se às autoridades e é detido. Na Trafaria, concelho de Almada, num bairro problemático, um homem desata aos tiros e atinge três pessoas. Em Queluz, três homens armados e encapuzados entram num café e sequestram 6 pessoas. Querem dinheiro em troca. Em Vila Real, três homens são detidos por suspeita de integrarem uma rede de crime organizado especialista na clonagem de cartões de crédito.
Não, estes acontecimentos não foram mostrados pelos repórteres dos programas de jornalismo policial “Cidade Alerta” ou “Barra Pesada”, das televisões brasileiras. Os casos relatados foram notícia num canal de televisão de referência e português, a SIC Notícias, não no último mês, não na última semana, não no último dia, mas sim no serviço de notícias das 14h00 deste domingo de Junho, véspera de Santo António. E as quatro notícias foram mesmo as primeiras de um serviço informativo de síntese. Só depois apareceu a magna questão da sucessão na liderança do PS.
Naturalmente, não estaremos perante uma nova ordem informativa imposta pelo “agenda setting”, agora que os portugueses escolheram um Governo de maioria centro-direita, formado pelo PSD e pelo CDS. Mas estamos, certamente, num país cheio de problemas sociais, em que se cruzam questões económicas e raciais. E as medidas de enorme austeridade impostas pelo FMI ainda nem sequer entraram em vigor.
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