Com Portugal enterrado em problemas gravíssimos, o jornal “Público”, na véspera de um Sporting-FC Porto explosivo, na I Liga Portuguesa de futebol, vislumbrou nas paredes dos balneários do Estádio José Alvalade fotografias que mais parecem de uns cartazes de publicidade à Prosegur, as quais, para o jornal dirigido por Bárbara Reis, serão fascistas e susceptíveis de trazer a lume uma relevante questão civilizacional e, eventualmente, de esquerda. E deu manchete ao alegado caso, titulando: “Sporting forrou acesso a balneário com imagens que exaltam violência”.
Já o “Jornal de Notícias”, mais popular, conseguiu vislumbrar no novo cardeal Monteiro de Castro um empresário do sector das madeiras – o que, contado na primeira página de um jornal sem mais explicações, pode deixar atónino qualquer pessoa minimamente atenta ao que se passa. Aqui, o “JN” confessou a tendência natural para a notícia má, a notícia negativa, a notícia que deprime, vendo sangue onde ele não existe ou inventando uma realidade para que o pobre leitor se convença mesmo dessa realidade e compre o jornal para saber mais.
Ora, a notícia do dia, que num jornal do Norte deveria merecer uma manchete e um tratamento jornalístico como deve ser, tinha a ver com a nomeação do arcebispo vimaranense Monteiro de Castro como terceiro cardeal português, subindo na hierarquia do Vaticano – que é um Estado europeu –, indo chefiar o tribunal da Igreja de Roma por decisão do Papa Joseph Ratzinger. Uma grande notícia para o Norte largamente católico, que é suposto ser o mercado do “JN”. Porém, na sua primeira página, o “JN” consegue imaginar um título do outro mundo: “É de Guimarães. Novo cardeal é empresário no ramo das madeiras.” E na notícia publicada no interior nada é explicado sobre a actividade empresarial do novo penitenciário-mor do Vaticano.
É com pseudonotícias destas que os jornais portugueses cavam diariamente a sua sepultura. Por isso, na próxima contagem da Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens, não se admirem se as vendas indicarem nova descida. Com jornais tão distantes da realidade ou tão próximos da fantasia não há leitor que aguente. Muito menos edições em papel…
2 comentários:
Quanto ao JN, não é verdade que nada seja dito, pois é referida a sociedade comercial que o mesmo tem com irmãos nessa actividade; isto independentemente do inacreditável título. Quanto ao Público, a única pecha resulta não certamente da pertinência do assunto, mas da 'estranha' coincidência temporal, mas sobrevivência a quanto obrigas...
Quanto ao JN, não é verdade que nada seja dito, pois é referida a sociedade comercial que o mesmo tem com irmãos nessa actividade; isto independentemente do inacreditável título. Quanto ao Público, a única pecha resulta não certamente da pertinência do assunto, mas da 'estranha' coincidência temporal, mas sobrevivência a quanto obrigas...
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