Preocupadas com a "vaga de frio" que por estes dias promete gelar a Europa, o que, aliás, é normal nesta época do ano, as televisões portuguesas procuram “bons momentos de televisão” ouvindo o povo das serras do interior, em Trás-os-Montes ou na Beira Alta. E o povo, sem medo de morrer do frio, diz que é normal e que costuma andar agasalhado. Naturalmente.
De resto, frio a sério faz-se sentir mais a Norte da Europa. Ou no Canadá, onde, como o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, pode comprovar, a factura energética é a maior despesa de uma família, justamente por causa do frio. Ou seja, tal como no Canadá, também os portugueses das serras estão mais ou menos preparados para o tempo frio, pois sempre tiveram invernos mais ou menos rigorosos.
Mas é no interior, onde a vida é mais comunitária, que as nossas televisões insistem em fazer “reportagem”. Não entendem que o perigo de morte está mesmo na frente do seu nariz, em plena cidade de Lisboa, nomeadamente nas casas velhas da baixa pombalina, onde vivem idosos solitários, sem familia e com reformas de miséria que não chegam para pagar os remédios muito menos para o aquecimento.
Um comentário:
O quotidiano é mesmo estranho, passa ao nosso lado e nem damos por isso...
Postar um comentário