O ministro “popular” Pedro Mota Soares, que tutela a Segurança Social, compareceu na tomada de posse do Governo pilotando a sua “scooter”. Foi notícia em todo o lado porque um ministro dispensando motorista e pilotando a sua lambreta nas ruas de Lisboa era, de facto, notícia. E uma boa notícia.
Mas ao contrário do que parecia, Pedro Mota Soares não estava a ser portador de um novo paradigma do transporte governamental. Estava apenas apostado em ser a notícia do dia, daquele dia específico da tomada de posse, ainda que a “scooter” tenha sido no seu passado de deputado o meio de transporte habitual.
Por isso, é com toda a naturalidade que Pedro Mota Soares volta agora a ser notícia, não porque tenha comprado “scooters” para os seus colaboradores no Ministério, mas porque acaba de comprar uma “bomba” automóvel pela módica quantia de 86 mil euros, quando o País é convocado para cumprir medidas de austeridade severas. É, por isso, alvo de uma notícia negativa. É o chamado “efeito boomerang ” sobre quem deu passos maiores do que a perna em termos da imagem que procurou fazer passar para a opinião pública…
No fundo, no fundo, Pedro Mota Soares, depois de ter vendido a ideia de que seria um ministro poupado, que até iria para o Ministério na sua “scooter”, foi apanhado na primeira curva do despesismo. Quanto à justificação do novo carro do ministro da Solidariedade e da Segurança Social como tendo sido uma encomenda do anterior Governo, num texto cheio de erros de português, como se pode ler aqui, foi pior a emenda que o soneto. A falta de solidariedade institucional num partido político não se nota. Já num Governo é um defeito grave. Mais a mais num ministro da dita.
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