terça-feira, 28 de junho de 2011

Alberto vai casar e a TVI mostra em directo


No próximo sábado, 2 de Julho, vai casar o Príncipe do Mónaco Alberto II, de 53 anos – irmão de Carolina e Stéphanie. A eleita é a ex-nadadora sul-africana Charlene Wittstock, 20 anos mais nova. Ao que parece, o homem até não quer nada com a agenda mediática, mas a agenda mediática dos mexericos e vacuidades não o deixa em paz, sobretudo depois da morte do pai, Rainier III, em 2005. Um casamento real é motivo para ocupar horas e horas de televisão e páginas e páginas de jornais e revistas.
O que se passa no Principado do Mónaco, a todos os níveis, é absolutamente irrelevante para os portugueses. O Mónaco não é conhecido pelas suas relações históricas com Portugal. Além disso, Portugal é uma República, não é uma Monarquia. No entanto, a TVI promete uma emissão especial, entre as 14h00 e as 19h00, justamente para transmitir o espectáculo que será o casamento de Alberto II. Serão cinco horas de emissão em canal aberto do nada sobre o nada, do vazio sobre o vazio. E muita sorte ainda não se terem lembrado de transmitir o funeral do malogrado Angélico Vieira...  
É por isso que a privatização da RTP, que sempre faz parte do programa do Governo PSD-CDS/PP, é perigosa. Quando não há critério na programação televisiva, a população fica entregue à ditadura das audiências – que tudo aceitam, passivamente, sem pestanejar. Donde, um bom canal público de televisão, que faça um caminho próprio, de verdadeiro serviço público, distinto da via popularucha, estupidificante e meramente comercial dos canais privados, é essencial no sistema mediático português.
Como já escrevi neste blogue, precisamos de um bom canal público generalista em sinal aberto, mas não precisamos de uma televisão tão gorda e tão cara como a que existe actualmente. Não precisamos da RTP 2, não precisamos da RTP Madeira, não precisamos da RTP Açores, não precisamos da RTPN, nem precisamos da RTP África, nem da RTP Memória. Mas, provavelmente, precisamos de uma boa RTP Internacional, como grande canal da lusofonia, que promova a cultura portuguesa, a economia, o turismo, “et cetera”. Os actuais sete canais poderiam, então, ser reduzidos a dois. 

2 comentários:

Dario Silva disse...

O problema não são os 7 canais, que fossem 20.
O problema é outro.

Dario Silva disse...
Este comentário foi removido pelo autor.