"Muito boa
gente, daquela que acha que a liberdade de imprensa em Portugal é excessiva e
desregulada, está a aproveitar o caso ‘News of the World’ para perorar sobre os
perigos de uma "mediocracia" (a expressão é de Vital Moreira) tomar
conta desta terra, sublinhando a importância de "submeter o poder
mediático aos limites constitucionais e legais" – como se algum dia alguém
tivesse defendido que a imprensa devesse actuar acima da lei.
Este desejo
de transformar a árvore numa floresta seria apenas picaresca se não fosse
perigosa e, sobretudo, cega. Vital Moreira foi um daqueles colunistas que
durante vários anos sofreram de uma paixão assolapada pelo PS do engenheiro
Sócrates, e que acha que o nosso querido ex-primeiro-ministro foi vítima de
várias tentativas de assassinato de carácter. Ora, na verdade, o que nós
tivemos durante o desgoverno PS foi exactamente o contrário disso – os poderes
executivo e legislativo a tentar por todos os meios silenciar aqueles que se
afastavam da verdade oficial, com um profissionalismo sem paralelo. Basta ver o
que a TVI fez a Manuela Moura Guedes, que era autora do programa informativo
com mais audiência do país, para demonstrar a verdadeira independência do
Quarto Poder em Portugal.
Não
brinquem connosco, por favor. Nós podemos ter uma comunicação social em roda
livre em muitos aspectos, mas nunca no que toca aos verdadeiramente poderosos.
Neste aspecto, aliás, a tentação para meter a pata na garganta dos “media” é
transversal ao PS e ao PSD. Qual foi a primeira cabeça a rolar após o Governo
de Passos Coelho entrar em funções? Simples: o director da Lusa. Meu Deus, como
são poderosos os “media” deste País…"
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