terça-feira, 19 de julho de 2011

A “Flash” disparou. Sónia Brazão não morreu


A “Flash”, do grupo Cofina, é uma dessas revistas de mexericos (que alguns, estranhamente, classificam como "jornalismo cor-de-rosa" ou "jornalismo do coração"), que vivem à custa das misérias alheias e dos sonhos que as celebridades e as pseudocelebridades projectam no imaginário do povo consumidor. Povo que só consegue ver a espuma das coisas, que consome passivamente o que lhe dão, que não questiona nada.
Publicações como a “Flash” são capazes de tudo por uma imagem que mostre a privacidade de alguma celebridade, para satisfazer os apetites voyeuristas da clientela. Tem que ser célebre para vender revistas – e célebre significa apenas ser muito conhecido, não importa o motivo, podendo ser nobre ou reles. É da natureza cruel dos negociantes de mexericos serem capazes de tudo por uma informação não confirmada, desde que sirva para construir uma história cheia de nada. Ou então não olham a meios para conseguir uma notícia, como aconteceu em Inglaterra, no"News of the World" de Rupert Murdoch.
Quando a actriz Sónia Brazão foi vítima do acidente doméstico que lhe queimou grande parte do corpo, a “Flash”, na sua primeira edição após a tragédia, mais abutre que os próprios abutres, parece que queria a morte da actriz antes de a morte acontecer. Só assim se explica esta capa monstruosa, com o título “Morte anunciada”.
Na verdade, Sónia Brazão não morreu. Saiu do coma e até já teve alta hospitalar. Pode dizer, por isso, como Mark Twain, que as notícias sobre a sua morte foram manifestamente exageradas. E agora, quem paga os danos pessoais provocados por esta capa?...

Um comentário:

Anônimo disse...

Concordo consigo, mas neste caso até foi uma entrevista dada pelo ex-namorado e por pessoas próximas a ela...
Mas e agora...?? Já todos esqueceram dos factos apurados pela judiciaria?
E se for verdade, quem paga os danos pessoais e materiais causados pela aparente depressão profunda desta senhora...?