segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O estranho caso de Manoel de Oliveira


Manoel de Oliveira é daqueles cineastas cujos filmes dizem muito mais do que aquilo que mostram. São filmes que desinstalam o espectador. São filmes para ver e rever. E encontrar sempre algo de novo.
Em 19 de Setembro 1931, Manoel de Oliveira, então um jovem de 22 anos, apresentou o seu primeiro filme, “Douro, Faina Fluvial”, em Lisboa. O início da carreira não poderia ter sido pior: foi saudado com uma pateada.
Hoje, 80 anos depois, Oliveira é o realizador de cinema mais antigo do mundo, cuja obra continua “viva e singular”, como destacou neste domingo o diário norte-americado "Los Angeles Times", o qual apelida o cineasta português como “um estranho caso”, por analogia com a edição em DVD nos Estados Unidos do filme "O estranho caso de Angélica".
Como destaca o jornal da Califórnia, o realizador portuense, que comemora 103 anos no próximo mês de Dezembro, “começou ainda no tempo do cinema mudo e tem uma trajetória incomparável”. “O mais notável”, observa o "Los Angeles Times", citado pela agência Lusa, não é tanto a produtividade, mas sobretudo o facto de grande parte da sua obra “continuar viva e singular”.
Como realizador, Manoel de Oliveira demonstra uma liberdade de quem existe quase há tanto tempo como o próprio cinema: "É a encarnação de um século de cinema", sublinha o diário norte-americano.

Nenhum comentário: