A informação sobre as tiragens, publicada nesta terça-feira pelo "Jornal de Notícias" e pelo "Diário de Notícias", dois jornais do grupo Controlinveste, de Joaquim Oliveira, é, no mínimo, confusa e pouco rigorosa. Mas ela traduz uma realidade: quando se trata de falar de si própria, nomeadamente no que diz respeito às tiragens, a imprensa faz uma ginástica enorme para puxar pelos números a seu favor, de tal modo que, por vezes, cai no ridículo. Este caso é paradigmático.
Perante os números das tiragens divulgados pela Associação Portuguesa de Controlo de Tiragens, JN e DN dão conta de conclusões iguais mas favoráveis a cada um dos jornais. Isto é, tanto o JN como o DN dizem aos seus leitores que são os jornais que mais crescem. O que é impossível de acontecer, pois os números são números e não esticam. O JN revela aos leitores do JN que é o jornal "que mais cresce em vendas" e o DN anuncia aos seus leitores que também é "o jornal que mais cresce" na circulação paga.
No seu gabinete, Joaquim Oliveira – que ainda não começou a pagar o empréstimo de 300 milhões de euros do BCP, para pagar a TSF e os jornais que restam no grupo Controlinveste, pois outros títulos (como a revista "Grande Reportagem" e os jornais "Tal & Qual" e "24 Horas") já fecharam –, deve dar saltos de satisfação com tantas boas notícias sobre os seus jornais. O problema é que, por mais que se jogue com os números, a realidade é só uma. E bem dura.
Para situações destas, e dado que os jornais em causa são do mesmo dono e até ocupam o mesmo espaço físico, partilhando meios técnicos e humanos, justificava-se plenamente uma notícia cujo conteúdo fosse comum a todas as publicações da Controlinveste. Seria mais sério, custaria menos dinheiro e permitiria fazer passar para o mercado uma mensagem global do grupo face aos números, nomeadamente quanto à estratégia dos vários jornais para o futuro imediato. NdB (Nota do Blogue) - Clique nas imagens para ler
Nenhum comentário:
Postar um comentário