A saúde é uma área muito sensível, à qual só damos a devida atenção quando algum problema bate à nossa porta. Os políticos até costumam dizer que com a saúde não se brinca, mas a necessidade imperiosa de o Governo cortar na despesa pública está a significar, literalmente, colocar a saúde dos portugueses que recorrem ao serviço público nas mãos dos contabilistas. É perigoso e assustador.
Sujeitar a prescrição de exames de imagem, tais como a TAC ou a ressonância magnética, ao arbítrio economicista de quem só sabe fazer contas e relatórios significa menos saúde e mais gente a morrer por falta de cuidados. Salvam-se os ricos que podem pagar os exames. Ou os privilegiados do sistema "que têm conhecimentos" no hospital ou no centro de saúde. O que é próprio dos países do chamado terceiro mundo.
A diferença entre fazer ou não fazer um exame de imagem é a diferença entre descobrir ou não descobrir um cancro ou outra doença grave a tempo de ser curada. Um médico prescreve um exame de imagem porque ainda não consegue ver o interior do corpo humano de outra forma. Um exame de imagem faz-se quando há dúvidas sobre o que se passa dentro do corpo. Donde, um médico não pode ser repreendido pelo “patrão” hospitalar por ter passado exames que não confirmaram uma doença. Um exame que não confirma uma doença não pode ser entendido como um factor de desperdício e de dinheiro mal gasto. Estamos a falar em dinheiro que é preciso gastar e ponto final.
Pôr as contas em ordem no Ministério da Saúde não é o mesmo que pôr os portugueses a pagar impostos. Implica bom senso e sensibilidade social. Por outro lado, o Governo tem comunicado as suas medidas na área da Saúde como um elefante numa loja de porcelanas, anunciando e voltando atrás em matérias muito sensíveis.
No Serviço Nacional de Saúde (SNS) há, sem dúvida, muita gente gananciosa a lucrar com o desperdício e com a prescrição mais lucrativa para “ajudar” a sua conta bancária e a dos amigos da engrenagem. É essa gente que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, tem de remover do sistema. Não pode é remover os portugueses que pagam os seus impostos e que precisam do sistema.
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