O mundo mudou e só Alberto João Jardim não tinha dado por isso. Vítor Gaspar foi o primeiro ministro das Finanças do PSD a ter a ousadia de considerar “insustentável” a governação regional da Madeira sem que fosse censurado por esse ataque ao histórico dirigente do partido. Nunca nenhum membro do Governo de Lisboa tinha ido tão longe na censura ao eterno líder de governo regional da Madeira, no poder desde 1978, há 33 anos.
Entretanto, veio a público a enormidade da dívida escondida e Alberto João Jardim caiu definitivamente em desgraça, faltando saber como reagirá o seu “povo” no dia das eleições. Em entrevista à RTP, o primeiro-ministro e líder do PSD, Pedro Passos Coelho, deu a estocada final no dinossauro madeirense, negando-lhe apoio político nas eleições regionais marcadas para o próximo dia 9 de Outubro. Passos Coelho não tinha alternativa e até foi brando nas palavras. E o País, mesmo aquele que não votou no PSD, gostou do sentido de Estado do primeiro-ministro.
Agora, Jardim tem duas opções: ou assobia para o lado, como fez até agora com a dívida madeirense, ou demite-se para não ter de festejar uma vitória de Pirro. Porque mesmo sendo o vencedor das eleições madeirenses, arrisca-se a um último mandato muito penoso.
Mais uma vez, a permanência por muito tempo no poder, mesmo que legitimada pelo voto popular, acaba mal. Pedro Passos Coelho tem aqui matéria para começar a defender a limitação dos mandatos também os chefes do Governo, a começar nele próprio e a acabar nos governos regionais, à semelhança do que já acontece com os deputados, os autarcas e o Presidente da República. Desse modo, o líder do PSD daria um bom exemplo para o País. Até porque Jardim pode estar no fim, mas ao seu lado, nos Açores, o socialista Carlos César, sem que ninguém fale disso, já é o segundo governante mais antigo do País, contando já com 15 anos de liderança do Governo…
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