O congresso do PSD, o primeiro desde que Pedro Passos Coelho lidera o Governo português, teve dois grandes vencedores políticos: um interno e outro externo. Mas ambos surpreendentes.
O vencedor interno é Jorge Moreira da Silva, um vice-presidente que tinha sido maltratado no processo de escolha da equipa do Governo (chegou a estar convidado para ministro do Ambiente) e que agora passa a ser o coordenador político do PSD e a sua primeira figura fora do Governo. Teoricamente irá assumir o papel até agora ocupado por Miguel Relvas. Falta saber como.
Moreira da Silva, que lidera o “think tank” Plataforma para o Crescimento Sustentável (ver aqui) empresta ao PSD uma marca social-democrata que perdera desde que Passos Coelho assumiu a liderança e entregou a máquina partidária a Miguel Relvas. É uma mudança a seguir com atenção. Até aqui director-geral das Nações Unidas da área de Economia das Alterações Climáticas, no Grupo de Energia e Ambiente, Moreira da Silva passa a ser consultor daquela organização.
O vencedor externo é Paulo Portas. Sim, o líder do CDS/PP e terrível antigo director de “O Independente”, que indispunha ministros e secretários de Estado do PSD nos tempos do primeiro-ministro Cavaco Silva nas noites de quinta para sexta-feira, entre 1988 e 1995, tais eram os escândalos que o jornal descobria e publicava. Agora parceiro da coligação governamental, Portas teve a honra de ser a figura central da abertura do congresso, ao ter sido convidado por Pedro Passos Coelho para passar a ideia de um Governo forte e unido.
Deste modo, Paulo Portas posiciona-se como candidato a candidato presidencial em 2016, com o apoio dos partidos do centro-direita. Não por acaso, Miguel Esteves Cardoso, também antigo director de “O Independente”, onde fez parelha com Paulo Portas, manifestou um desejo extraordinário na capa da revista do “Expresso” deste sábado: “Paulo Portas há-de mandar nesta merda”.
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