quinta-feira, 12 de abril de 2012

Isabel Moreira, drogas lícitas e hipocrisias


“É no silêncio que grassa a corrupção. Não é nos jornais, nem nas redes sociais. É nos gabinetes, no silêncio dos gabinetes, onde um avental ou uma comissão fazem milagres e se perpetua este pântano.”
Ao ler uma excelente prosa do Rui Calafate, na qual o autor do blogue It's PR Stupid faz uma reflexão sobre os terrenos movediços e silenciosos do poder em que medra a corrupção (ver aqui), pensei na deputada Isabel Moreira, uma independente eleita pelo PS (conhecer aqui). Não porque Isabel Moreira seja corrupta, mas porque ela representa exactamente a antítese dos protagonistas invisíveis descritos por Rui Calafate.
Eu gosto muito da frontalidade e do sentido de humor de Isabel Moreira, que recentemente ficou conhecida de muitos portugueses por ter feito questão de ir a uma votação na Assembleia da República poucas horas depois de ter feito uma cirurgia e explicou a sua indisposição momentânea, quando pedia a palavra, com o facto de estar sob os efeitos de… drogas lícitas (ver aqui). Foi um momento brilhante num mundo de hipócritas. Os parlamentares ficaram incomodados e não perceberam tamanho sentido de humor da deputada e os jornalistas, sempre atrás da espuma do espectáculo, perguntaram que drogas é que a deputada andava a consumir.
Acresce que Isabel Moreira, que é filha de Adriano Moreira, uma grande figura da direita portuguesa, pensa pela sua cabeça, diz em voz alta aquilo que pensa e, mais importante ainda, sabe do que fala quando abre a boca. Nesse sentido, é um sopro de ar fresco no Palácio de S. Bento. Se calhar, é por isso mesmo que está a mais no parlamento português, correndo o risco de ser afastada pelo directório do PS. Mas uma coisa é certa: se todos os deputados fossem como Isabel Moreira, Portugal seria um País mais genuíno, mais livre e, certamente, mais desenvolvido.

Nenhum comentário: