O secretário-geral do Partido Socialista (PS), António José Seguro, caiu como um patinho ao ter ido à TVI mostrar a sua indignação com a opinião de um comentador da estação de televisão, mais a mais tratando-se de um ex-presidente do PSD, o maior partido da coligação governamental, e de uma velha raposa da comunicação política (ver aqui).
Acossado internamente pelos órfãos de José Sócrates, Seguro não resistiu e cometeu um deslize imperdoável em comunicação: um líder político não pode desgastar a sua imagem com desvios de rota, muito menos para responder a comentadores, dando-lhes importância. É justamente para esses momentos críticos que existe a figura do porta-voz.
Sem precisar de porta-voz, Marcelo Rebelo de Sousa foi demolidor no contra-golpe: declarou que sobre a reacção do líder do PS ao seu programa de comentário político dominical só fala no próximo domingo na própria TVI. Ou seja, Marcelo não saiu da sua rota e só admitiu falar sobre o assunto no programa que se segue, colocando Seguro ao nível de qualquer outro visado pelas suas críticas. Por outro lado, concentrou as atenções no programa do próximo domingo, garantindo desde já interesse público e mais audiência para a TVI.
Podemos dizer que Marcelo Rebelo de Sousa já suspirava por uma polémica assim, que reacendesse o interesse do público pelo seu programa – depois da polémica que envolveu o seu interlocutor Júlio Magalhães e a redacção da TVI, pelo facto de Magalhães ter passado a acumular a direcção do renovado Porto Canal com a conversa dominical com Marcelo.
Quanto a António José Seguro, até pode resistir na liderança do PS e tudo indica que vai conseguir levar a nau a um porto. Só não sabemos qual é. Para já, poderia resolver para sempre um problema chamado António Costa, empurrando o presidente da Câmara de Lisboa, com toda a força, para as eleições presidenciais de Janeiro de 2016. Seria paz garantida até às eleições legislativas de 2015. Para isso, Seguro tem de deixar de comentar os comentadores.
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